Onde Está O Cigano?


A lua de Lilith atravessou o céu em suas ultimas luminosidades. A noite ainda com algumas estrelas empalideceu no céu, deixando no horizonte uma luminosidade carmim!



Capitulo 6 

***


Os ciganos fizeram a oração do alvorecer e logo após, todos foram descansar um pouco, pois logo seria hora de preparar o almoço e tinham a caça que esperava no vapor para ser  esfolada e limpa. Magno ficou, porque como sempre ele gostava de apagar a fogueira e Jogar as cinzas no canteiro do adubo. Depois deixava tudo arrumado para  o povo que logo levantaria para a lida. Quando estava tudo nos conformes foi até o trailer da Spencer que dormia cansada de boca aberta de tanto que se divertiu.
Cobriu-a, com carinho sorrindo ao ver sua pequena amiga cansada e o ar da manhã na "Floresta negra de Laht" era bastante frio, diferente da cidade de pedra. Deu uma última olhada e foi para sua tenda.

Tudo tinha saído como ele queria, mas o Cigano sentia algo estranho no ar. 
Foi até a cabeceira da cama apanhou a caixinha de música de sua mãe e ficou ouvindo-a sentado na poltrona que tem no quarto dele enquanto conversava com ela. 
Contou sobre os acontecimentos inusitados daquela noite,  sobre estar feliz com a presença da afilhada dela. E por fim contou sobre seu pressentimento. 
Depois guardou a caixinha de música despiu-se vestiu seu “balandrau”, de seda indiana (uma espécie de Hobby) e foi para cachoeira.

O caminho dos hibiscos lhe revigorava e saltar na piscina natural da cachoeira não tinha igual. 
O Cigano gostava muito de sentir a força da água desabando em sua cabeça, era como ganhar alma nova. Ficou mais ou menos meia hora sentindo a água gelada revigorar seus músculos e como não podia deixar de ser caminhou entre os Cânions apreciando a beleza da paisagem ecológica.
Sem contar, que estava nu e sem precisar de proteção para sua pele selvagem acostumada a andar na mata. De repente... Magno percebeu a sombra de uma coruja sobre o seu corpo e disse:

- Valha-me Santa Kali! Uma coruja durante o dia...

E voltou a cabeça para ver de onde a coruja tinha vindo... Outra coisa o deixou apreensivo: havia rochedo apenas a sua frente... “cânion”!
Era uma estreita passagem que o levava a uma encosta quase a pique que avançava escarpa acima. Uma parede castanha e árida que num repente brotava mais de cem metros de rio borbulhante.

 Magno continuou pela trilha íngreme delimitado por pedras, ele ia ziguezagueando como um equilibrista com a vista privilegiada de toda uma clareira que ele estava feliz por já haver brotado nela, uma vasta relva salpicada por flores silvestres.

E mais a frente a rampa que o levaria ao rio que corta a “floresta negra”. 
Mas o Cigano não desceu, precisava voltar ao seu acampamento para a lida. 
E começou a fazer o caminho de volta... 
Quando passou novamente pelo Cânion ouviu um tilintar de água que ele nunca havia ouvido... Procurou nos íngremes rochedos de onde vinha a água. 
Pensando "em como a natureza era pródiga e providenciou uma nascente entre as rochas". Curioso e atento Magno olhava em cada intrincado de ranhuras para descobrir a nascente que a cada passo ficava mais audível... 
Até que... Encontrou!

Era realmente uma nascente que corria junto a rocha como se tivesse nascido naquele momento. 
O Cigano ficou muito feliz com a descoberta. 
Há anos ele fazia aquele caminho e tinha certeza que não havia nascente ali. Estava maravilhado. Colocou a mão e aparou a água límpida e clara como cristal que descia fria por entre seus dedos.
Magno provou a água e era divinamente sem gosto, sem cor sem cheiro. Uma maravilha da natureza! O Cigano bebeu bastante daquela água matando a sede que a subida em declive provocou.

Depois marcou o local e foi para as quedas pegar seu “balandrau” para voltar ao acampamento, vestiu-se arrumou os cabelos que estava caindo por seu rosto e começou a descida. 
Passou pelo caminho de hibisco e passando a mão sobre eles exclamou surpreso:

- Como eles cresceram tanto assim? Será que teve algum elfo por aqui enquanto eu estava na cachoeira?

Depois sorrindo e querendo encontrar seu amigo querido ele falou:

Alô! Quem está aí? Elessar é voce?

Enquanto isso no acampamento a lida começava. 

Esmeralda como sempre preparou aquela mesa farta para o desjejum. 
Ela havia feito “Doce de ouro dos ciganos” recheados com tâmaras apenas para o Cigano e esperava ele chegar para prova-los. 
Ele sempre que encontrava essa delícia pegava Esmeralda nos braços e girava no ar com alegria após provar um doce.

O Cheiro do café invadia o acampamento quando chegou em seus cavalos “puro sangue” Mah e Enrico que foram conhecer a menina Spencer. 

Mas eles ainda iriam ficar bastante tempo por lá devido ao sono gostoso que a jovem estava tomada.
Aproveitaram para fazer o desjejum, ao terminaram Enrico foi ajudar com a caça, ele tinha um jeito especial de esfolar a caça com mais rapidez e eficácia. 
Mah perguntou por Magno. Disseram que estava na cachoeira. 
Ela ficou apreensiva, porque naquele horário ele já estaria de volta, o Cigano não relaxa com seus afazeres. Mah chamou Enrico e Gaudêncio e foram até a cachoeira. 
Procuraram em todo local que o Cigano gostava de estar e nada nem vestígio dele... 
Era como se ele não tivesse ido naquele lugar. 
Não havia pegadas! Há muito tempo ele não ia ao seu "paraíso"  tinham voltado da lida no portal dos Anjos a apenas três dias e com os preparativos com a festa ele não tivera tempo de ir a cachoeira a não ser naquele dia em que afirmavam que ele foi.

Enrico que aprendeu com Dseyvar a seguir rastros (não tão bem quanto ele, mas dava para seguir) não encontrou nada... Era um mistério!

- Onde está o Cigano?

Era a pergunta que se ouvia em toda parte do acampamento.

Mah teve a ideia de usar o “bastão mágico” para ir até a mansão. Ela não sabia ir de outro jeito. 
Deu a mão a Enrico e se transportaram. 
Chegando lá Hector lhe garantiu que o Cigano não estava lá, que seu mestre estava se curando de uma grande batalha e que não poderia acordá-lo para perguntar, mas se passasse mais tempo do desaparecimento que ela voltasse. 
Quando foram embora Hector disse em voz alta e com um sorriso malicioso;

- Há esse Cigano! Com as essências de meu mestre com certeza está nos braços de alguma sereia. Ele não deixa escapar assim como Last. Mas mesmo assim vou ficar atento.

Acontecendo ao mesmo tempo em outro lugar: Um menino de seus dez anos de idade mais ou menos,  estava preso pelos pulsos e pelos tornozelos, com correntes que eram presas ao chão... 

No alto de um monte rochoso de pedra avermelhada e nua, sem um tojo (A sucessão de macroalgas marinhas sobre uma rocha) ou musgo que lhe amaciasse a aspereza 
O menino tentava se soltar sem resultado da vasta laje que diante dele se estendia.

Mas a frente ele avistava um eirado que cercava e defendida o local por um muro de pedras soltas, enegrecidas pela fuligem de labaredas e com seteiras parecendo uma cidadela. 
Rudes degraus escavados no rochedo desciam tumultuosamente a um vale onde um fio de água caindo fraquinho, criou um horto de ervas silvestre como: Artemísia, arruda, sálvia, malva, mirra e alecrim, beladona, absinto, sangue de dragão, lobélia.

O menino conhecia essas ervas, sabia que elas poderiam ser usadas tanto para temperos, quanto para bruxaria... As ervas assim como os cristais, possuem energias específicas e distintas que são utilizadas na magia. 
O menino estava apavorado, mas não se lembrava de como foi parar naquele lugar e acorrentado. Olhou a sua direita na rocha e haviam muitos riscos entalhados nela como se fossem demarcações de quantidades, anos talvez.

O coração dele começou a bater acelerado quando viu surgir Um homem muito velho e usando roupas estranhas para a época, sem contar o capuz que cobria seu rosto o deixando assombroso para uma criança. Ele se aproximava ao lento badalar dos guizos do seu cavalo.

O homem apeou e fez que não viu o menino que gritava para que ele o soltasse.

O menino abaixava a cabeça porque não podia cobrir com as mãos que estavam acorrentadas, o Sol que surgia no céu sem nuvens, já ardente todo de brasa e de ouro queimando seus olhos. 
Ele perguntava sem respostas:

- Quem é voce? O que quer de mim?

Ele era corajoso e não esmorecia nem se abatia diante daquele velho que observava apenas sem nada dizer ou fazer... Ele sentia vontade de xingar aquele velho decrépito quando vez ou outra derramava um balde de água bem na frente do menino sedento debaixo daquele sol escaldante.

Enquanto o céu pesado como uma lona azul, flamejava na sua imobilidade, e a pele do menino enegrecia como bronze na refulgência ambiente... E sem dó a terra lhe escaldava os pés nus. 
Ele estava sedento e fumegando como um boi na lavragem.....



Até o Próximo Capitulo queridos ouvintes. Shuub Dinah











 Sua Amiga Druida Ruby Chubb

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