Aleteia "A Dama Negra"



Magno esfregou os olhos, totalmente incrédulo ele quase deixou o grande e pesado livro cair. 


20º Capitulo
***

Do lado de fora da  “caverna mística” os “pequenos elfos” estavam prestes a travar a batalha mais terrível de suas vidas. Diante deles, estava um ser fantástico. Uma estranha criatura que parecia um animal mecânico, devido partes do corpo estarem cobertos com placas de prata imitando armadura. Os “pequenos elfos” sabiam que suas armas na maioria lanças e arco e flechas, não eram páreo para aquela criatura, mas não poderiam deixa-la destruir um reino tão belo. Não sabiam direito que tipo de animal era aquele... Mas seu rugido fazia tremer a terra dos“pequenos elfos”. 
Magno levou a mão por cima do ombro... Mas não estava com suas espadas.... Ele olhou novamente para trás e não viu mais o Druida... Mas Derdriw tinha voltado a forma da feiticeira com armadura de bronze... e disse a ele: 

- Ela não é nada! Não se importe com ela! Voce sim! Voce será muito, muito grande quando decifrar o livro. 

- Escute moça! Eu sou um ignorante em falando de magia! Então prefiro deixar seu livro com voce e salvar os “pequenos elfos” daquela criatura fantástica, eu só estou pensando em como farei. 

- É simples! Olhe as imagens por muito tempo e voce conseguirá! Eu  já disse que voce tem a magia trabalhando por voce. Só precisa usá-la.

- Eu não tenho como pagar por esse livro, se ele é tão precioso assim deve ficar com voce. 

- Não vou te cobrar, não agora! Farei isso quando voce for poderoso e com um pagamento justo. 

- A Não moça! Não é assim que a magia funciona! 

Afirmou o cigano largando o livro e retirando a mão com a “runa” de dentro da “capa” porque estava pensando em usar para ajudar os elfos. Em poucas palavras ele relatou algumas passagens da sua vida em que esteve envolto em magia e concluiu. 

- Eu aprendi a duras penas que magia sempre cobra algo em troca. 

Derdriw abriu um belo sorriso e disse. 

- Não estou te concedendo magia nenhuma, apenas um livro, meu pagamento virá depois e será justo. 

Magno virou as costas para ela e começou a sair da caverna, os pequeninos estava com problemas ele precisava ajudar. 


- Espere! 


Falou Derdriw, Magno disse – Seja breve! 

A feiticeira segurou o rosto de Magno entre as mãos e olhou dentro do seu olho esquerdo com firmeza, como se estivesse procurando algo, em seguida respirou fundo parecendo que achou o que procurava. Ela afastou-se dele e voltou para dentro da caverna se movendo rápido. Magno perguntou o que ela tinha visto.  A feiticeira voltou com uma fita roxa e amarrou no pulso do Cigano fazendo um nó cego e disse: 

- O pagamento que eu quero de ti é uma lembrança. 

- Lembrança como pagamento? O que quer dizer? 

Quando voce puder realmente pagar pelo que recebeu, deve se lembrar de que irá condenar a si mesmo. É uma escolha Cigano! Terás que escolher entre tudo que possuis e a sua alma... Acredite-me o Demônio está te espreitando e aguardando sua escolha. E quanto mais poderoso voce for, mas ele irá desejar sua alma me compreendes? 

- Então, pode parar e retirar essa fita do meu pulso! Eu não me importo com bens materiais e a alma é um preço muito caro por um livro. 

- Eu não manejo o destino Cigano! Eu apenas observo e quero ver o que voce há de considerar mais valioso. Quero muito ver a sua escolha. 

Magno tremeu... Ela estava estranha ao dizer isso... parecia muito desejosa mesmo, ele balbuciou: 

- Eu... Eu não entendo...

- Voce entenderá no momento exato por isso tem essa fita como lembrança. Mesmo que voce arranque e queime, nunca esquecerá que hoje eu amarrei-a em seu pulso e isso não o deixará esquecer da minha recomendação. Quando voce lembrar; a justiça da sua decisão será o meu pagamento. 

   Após dizer isso ela empurrou Magno com o livro para fora da caverna onde ele não poderia mais regressar se não fosse chamado pelo assovio. A “caverna mística” continuava aberta, mas nada nem ninguém penetravam nela. Magno esgueirou-se pela parede da caverna enquanto os elfos lutavam com a criatura que tinha a calda incandescente e dava cada lapada forte, jogando os pequenos longe. Há princípio parecia um grande lobo, mas possuía juba como os leões e patas como os dragões. 
Ela possuía uma pele invulnerável às armas dos elfos, as armas ricocheteavam nas suas escamas e possuía garras que poderiam perfurar qualquer armadura, causando horror aos guerreiros despreparados. Os olhos da fera eram vermelhos e com totalidade nas órbitas. 

Magno encontrou um canto longe da visão da fera e abriu o livro pedindo aos céus que fosse a página certa: ele abriu em uma página onde as figuras não diziam coisa alguma, eram um intrincado de disposições que o deixava aflito, mas o Cigano não desistiu e aos poucos conseguiu identificar o ser. 
Descobriu que a fera foi uma criatura obrigada a sofrer mutações ao bel prazer de um mago. 
Que poderia ter sido conjurado ou invocado de outro mundo. Descobriu que foi usado nessa criatura o mesmo processo do morto-vivo criado a partir da transformação de um Dragão maligno. Que ele ouvia falar por jogadores de RPG. Com a diferença que no RPG o espírito sob nenhuma circunstância, era capaz de possuir uma criatura viva. E aquela criatura que estava diante dele, pelo contrário: obteve sucesso ao possuir alguma fera fantástica, automaticamente como um recipiente ideal... Os olhos inteiros da fera, eram capazes de realizar algum tipo de magia. As mais comuns eram raios paralisantes, raios de calor, correntes elétricas entre outras magias que eram atiradas em forma de raios. 

    Quando terminou de descobrir sobre a criatura e tentava descobrir como vencê-la. Magno viu quando o líder dos “pequenos elfos” fora abatido por ela. Shoei era um bom Rei! Era generoso e ajudava todos que precisassem dele. Tinha uma bela esposa e uma prole de oito crias, todas o amava acima de tudo. Usava pouco a sua magia, e quando fazia, empregava com domínio perfeito! Shoei aprendeu a ser cuidadoso e nunca abusar do que lhe foi ensinado. Era sempre justo. Poucos seres com tanto poder alcançou tanta paz até aquele momento... 

  Ao ver o Rei jaz no solo Magno deixou o livro num canto e apareceu diante da criatura. Mesmo sem ter tempo para saber como vencê-la. Ele precisava salvar Soei se ainda estivesse vivo. As mãos do Cigano estavam suadas, ele havia aprendido a sentir a magia onde ela estivesse assim como quando descobriu sobre o Druida e a feiticeira da caverna . 
Quando a fera se viu diante dele... demorou para atacar, dando ao Cigano a vantagem de fazer alguma coisa. Percebendo isso os soldados retiraram rápido o seu rei dali. 
Magno olhou nos olhos vermelhos da fera e pôde sentir o espirito acuado dentro daquela criatura. Ele confiou naquilo que via para não demonstrar medo. No entanto a sensação de que encontraria algo maior a sua frente só aumentava. O Cigano pediu que todos se afastassem dali, porque ele tinha a intenção de usar a “runa” e não queria machucar ninguém.
Magno deu três passos à frente e descobriu a mão que ele mantinha embrulhada na “capa”. As artérias enraizadas da mão do cigano brilharam com uma forte luz azul que terminava na palma espalhando-se na atmosfera, indo encontrar a cabeça da fera. Magno pôde descobrir de quem se tratava. Aleteia! A Dama negra do “Prado Sangrento”. As figuras do livro tinham mentido para ele. O que deixou o Cigano muito confuso, entretanto, ele não demonstrou isso, e perguntou com tranquilidade para a feiticeira que estava dentro da fera:

- O que lhe fizeram? Será que é meu destino encontrar as feiticeiras sempre presas? 

A Feiticeira que estava presa no ser fantástico demorou a compreender quem era o Cigano que falava com ela como se a conhecesse. Quando a memória dela se iluminou Magno sentiu quase que um sorriso ao ouvi-la dizer que: 

- Dessa vez não podem me culpar de coisa alguma. A magia me abandonou, posso te garantir. Meus descendentes são filhos de dragões com humanos e alguns de nós assim como eu, sofremos mutações na lua nova. Precisamos fugir e nos esconder para não assustar aqueles que não imaginam como somos de verdade. Eu sempre me escondo nas profundezas da minha antiga caverna, mas dessa vez fui invocada para esse mundo por algum mago. Fugi do ponto em que apareci e encontrei essa caverna, mas não consegui entrar e os guerreiros me encurralaram. Tentei de todas as maneiras não machuca-los, mas meus instintos draconianos quase não podem ser controlados. 

- Quanto tempo voce fica assim? 

- Os sete dias da lua nova. Contrariando minha natureza de dragão.... Eu me casei e tive um bebe, mas... Meu marido viu minha mutação ao voltar para casa antes do tempo, em uma lua nova enquanto eu tomava banho. Ele é um soldado do exército do rei do meu mundo. Tive que abandonar meu lar, mas não podia abandonar meu bebe. Ajuda-me, por favor! Pela minha envergadura não tenho como me esconder. 

- Sim, eu a ajudarei.... 

Enquanto Magno dizia isso sentiu queimar seu pulso onde Derdriw amarrou a fita. 
O Cigano pediu ao guarda elfico relutante, que se afastasse enquanto ele levaria a fera até o rio, e pediu que não atacasse ou colocaria a vida dele em perigo. 
Enquanto a magia que fluía de sua mão mantinha a fera submissa. Magno pensava no que fazer, seus pensamentos corriam como corisco rumo ao futuro pensando na decisão que teria de tomar. 
A “runa” estava queimando suas artérias de maneira que ele não estava mais suportando... Quando soltasse a fera ela voltaria a atacar, porque esses eram os instintos draconianos dela. E ele perderia a consideração de todo povo “Teyvam”. Magno ainda não tinha ido até “ao lugar que já foi dedicado à luz do norte” como Elessar pediu. Desde que chegou, estava ajudando as pessoas que precisavam, e a si mesmo em consequência. 

O Cigano estava apreensivo, porque já estava usando demais um poder que não conhecia... Porém ele continuava com a sua fé e esperança de que essa realidade que estava vivendo se elipse com seu mundo novamente. O caminho estava difícil... Mas ele tinha sapiência de que "jogar algo no fundo de um poço seria mais fácil que retirar o objeto do mesmo. Que uma força menor do que apertar um gatilho e matar uma pessoa, poderia apertar um botão e causar uma guerra nuclear". Seria sempre mais fácil acabar com algo do que construí-lo. Assim como é mais fácil acusar alguém que não tem nenhuma defesa do que defender um inocente. Ele sabe que a qualquer momento vai precisar matar a fera e assim matará a pessoa inocente que está dentro dela... 

O que não era pior, do que ele não encontrar a cura para seu problema com a “pérola runa” e acabar com a terra num hecatombe nuclear, cujo potencial alteraria as propriedades quânticas da terra. Perplexo com as escolhas que teria de fazer Magno sentiu-se tonto... Ele sentia pena da feiticeira Aleteia que não tinha culpa de ser um animal e ao mesmo tempo sentia-se próximo a ela, por viver algo parecido. 

Quando seu tigre estava em seu poder máximo, era impossível para ele se controlar, o seu tamanho e poder não acompanhavam seu cérebro humano e sim seu cérebro animal, onde sua sobrevivência estava em primeiro lugar. Uma vez que as anomalias são uma contradição que devoram seus próprios inícios e seus fins. 

Magno sentiu seu pulso queimar novamente, e não era o braço que estava possuído pela “runa” era o braço onde estava a fita de Derdriw. 

O que será que vai acontecer com nosso Cigano? Ele vai matar a fera dragão ou vai usar a “runa” mesmo sem conhecer seu poder para tentar retroceder a mutação da Feiticeira Aleteia? 

Desculpe-me ter que parra, essa resolução ficará para outro capítulo. A hora se faz alta e preciso ir-me. Shubb Raatri


Ruby Chubb

Comentários

  1. Passei alguns meses ausentes mas sempre acompanhando pelas notificações de e-mail que me chegam pelo celular. (Confesso quê infelizmente) Não consegui ainda por minha leitura em ordem, desde o inicio, pois já conheci a saga de Sunahara depois de iniciada, e às vezes me perco em meio a leitura,
    "isso mediante grande admiração a grandiosidade de tua inspiração e de teus colaboradores"
    já prometi a mim mesmo conhecer a obra o mais profundo possível, recomeçando a leitura atenciosamente desde o começo. Parabéns Sigel um grande abraço deste teu leitor e admirador.

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  2. Sinto-me imensamente feliz por seu comentário. E mais ainda por saber que gostou. A Saga de Sunahara e a segunda Saga. A primeira é As Aventuras de Sigel. Obrigada por me seguir querido. Quando colocar novas postagens irei te marcar também um grande beijo.

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