O Julgamento

Sou um contador de histórias. 

Entretanto, diferente de muitos autores que desenvolvem e assumem estilos condizentes com a época, quando escrevem sobre o gênero fantástico e admitem a presença do elemento sobrenatural relatando a idade média suja e violenta. 

Tendo em mente que existem obras para todos os gostos, muitos escrevem sobre a ficção realistas, ou melhor, dizendo: poucas vezes admitem a presença do fantástico. Eu prefiro escrever sobre a fantasia. Onde posso apresentar ambientes de mundos criados por mim. Mundos que faço encaixar confortavelmente em gêneros como as espadas, a magia, a fantasia quase épica e alta fantasia; Embora eu use universos alternativos, os leitores grandiosamente podem ler nas linhas que desfilam diante de seus olhos; uma forte inspiração da “idade Média”! Seria errado e demagogo dizer que “não há exceções a regras” Pensando em tudo isso eu conto as histórias neste “Web livro” ambientadas no mundo real e para não parecer falsas certas cenas, eu levo os leitores numa viagem fantástica a um mundo fictício e imaginário de acordo com a história que está sendo contada. 


Capitulo 22 
*** 

Magno acompanhou os soldados do Rei elfo até os tais calabouços.
Ele não queria arrumar nenhuma confusão com pessoas tão boas e pacíficas, muito menos sentir o mal tomar seu corpo como foi avisado por Elessar e perder tudo por um momento de ira. 
Mesmo sentindo-se injustiçado esse momento á sós, poderia ajuda-lo a pensar com clareza no próximo passo a dar. Nesse momento começou a chover forte. 
Magno subiu na cama e olhou pela abertura redonda da cela, as árvores que se dobravam com o peso das folhas encharcadas, após um longo tempo apreciando da janela, a chuva parou e o sol ainda apareceu naquele finzinho de tarde, pousando sobre o leito o grande rio das “fadas”
Uma suave luz púrpura era irradiada pela floresta levando Magno a lembrar-se da única mulher que ele já amou na vida! 

Magno ainda era um menino quando ouvia sua mãe dizer:

 - que ele tivesse cuidado no mundo, porque o único amor verdadeiro era o do Criador. 

Ela fazia o menino rezar junto com ela enquanto segurava o crucifixo dourado, do rosário que ela enrolava no pulso junto à suas pulseiras. 
Ela saía para ler a sorte e seu filho ficava em casa, mas quando ele podia ir com ela, no final do dia ele ficava feliz por poder tocar no crucifixo e fazer as orações junto à sua mãe. 
Mas o menino sabia que havia outro tipo de amor além do amor do Criador: 
Que era o amor que ele sente até hoje por ela e ela por ele. 

Depois que se tornou adulto, Magno já sentiu outros tipos de amores. Como: 
Amor de pele, Amor de arrepios, Amor de cheiros e suores, Amor de toques que causam dores... 
Mas não se compara ao amor que sente por sua mãe: 
Um... Amor que cresce dentro do peito abafando as suas inquietudes, ensurdecendo os sons, ignorando as cores porque evanescem os olhos trazendo à tona a luz... 

Sua mãe que possuía longos cabelos negros e a pele queimada pelo sol. Usava roupas leves até mesmo no inverno. Ele lembrou quando sua mãe ia comprar fazendas para costurar suas vestes... 
Ela apalpava o tecido, roçava-o contra a pele dela. Aquela mulher fez o Cigano ser diferente! 
Ensinou-o a ter fé! A amar a natureza e tudo que nela existe. Uma mulher bonita como as nobres das grandes cidades. Quando andava parecia flutuar... Não como os anjos dos quais seu povo falava, Oh não! Sua mãe era fruto da terra! Lembrar-se dela, foi como lembrar-se de que estava vivo. E assim o cigano adormeceu. 

Quando despertou encolhido no canto da pequena cela, o Cigano assistiu ao amanhecer de um novo dia sobre Minara. Embora seu coração ainda ensaiava por um último vislumbre das imagens da tarde anterior. Ele sabia que ele não seria capaz de sair daquele calabouço sem causar algum dano aos seus cicerones. Então, em vez disso, o jovem cigano lançou seu olhar para as nuvens mais altas do céu e para o elevado pico cristalino da montanha, enquanto o sol reluzente se fazia presente com seus novos raios de luz matinal. Aquela cidade era realmente algo único. 

O Cigano assustou com o som da chave na porta, não esperava que fossem tão cedo até ele. 
Entrou na cela uma bela Elfa com um semblante tão calmo, tão tranquilo, quase como se o convidasse a conversar... Ela estava sozinha e desarmada... E falando abertamente com um estranho no calabouço, ela disse:

- Sou Sengia! E voce? Qual é o seu nome?

- Meu nome é Magno Matias! Mas antes de qualquer assunto quero fazer uma pergunta.

- Que seja! – 
respondeu ela.

- Como uma dama vem a cela de um prisioneiro, desarmada e sem seguranças? Eu poderia ser perigoso.

- Por isso!

Falou a elfa espalmando a mão esquerda para a estreita cama onde o Cigano repousou, atirando de sua mão um forte jato  gelado, congelando imediatamente a cama, e em seguida, com a outra mão atirou uma rajada de ar tão forte que despedaçou o gelo em mini partículas... 
O coração do cigano acelerou e suas pernas tremeram, ele disse quase sussurrando.:

- Ahhh sim... Entendi...

- Venha comigo!
- Falou a elfa Sengia!

O Cigano acompanhou-a em silêncio, ela levou-o até um aposento todo branco, com telhado transparente donde podia ver as árvores, existia no centro do comodo uma grande banheira dourada que transbordava de água cristalina, e no ar um aroma “amadeirado” (recebem esse nome, porque suas notas principais são aromas de madeiras naturais. Árvores como sândalo, vidoeiro e cedro, além do musgo de diferentes árvores, essas fragrâncias fornecem a matéria-prima para composições olfativas de identidades marcantes e bem distintas entre si). Magno continuava em silêncio seguindo a elfa.  Quando chegou junto à banheira ela disse:

- Dispa-se!

Após a ordem a elfa começou a despir-se também... 
O Cigano sabia que elfos não se incomodam com a visão da nudez... (pelo menos os elfos do seu mundo) Porém, ele não era um elfo... E a visão daquela bela fêmea de seios firmes e rosados, fizeram os hormônios do Cigano ferverem, mas ele se controlou... Retirou a “capa” e ficou nu diante dela. Sengia pediu que ele entrasse na banheira, Magno entrou e se posicionou para o banho, Sengia apanhou vários musgos na água que ficava do lado de fora na banheira em uma piscina natural, sentou-se na borda e delicadamente começou a esfregar os ombros, nuca, braços, peito do Cigano... Ele fechou os olhos... Era muito reconfortante! Deixava-o relaxado! Em poucos minutos toda a água da banheira estava espumante. Sengia falou:


- Seu poder é muito grande Mago!


- Não querida Sengia! Não sou um mago. Sou somente um cigano que preciso chegar ao local que já foi consagrado a luz do norte.

Ao dizer isso Magno sentiu que a Elfa estremeceu, mas tentou parecer a mesma. Ele achou melhor esperar o que viria a seguir, e ela falou querendo parecer tranquila:

- Eu soube que voce conseguiu vencer um “Draconar”, mas não conseguiu vencer um bruxo.

- Bem minha Lady! Não foi exatamente assim. Eu pedi que não interferissem na batalha, mas os elfos o fizeram. Então, isso não quer dizer que eu não tenha conseguido, quer dizer somente que não tive chance de tentar. E eu nem sabia que se tratava de um mago.

- Pensando assim, voce pode estar correto.

Concluiu a e Elfa, mas o Cigano retrucou certo do que dizia:

- Pode estar certo não! Eu estou certo.

Então, voce quer me dizer que tem certeza que conseguiria vencê-lo se tivessemos outra batalha?

- Certeza da vitória só se tem ao fim da batalha!

Respondeu convicto o Cigano e a Elfa falou contente:

- Voce pode não ser um mago, porém, voce é um sábio. Terminei!

A elfa levantou-se pegou uma toalha e levou até o Cigano. 
 Ele saiu da água e ela colocou a toalha sobre seus ombros, a toalha era tão grande que cobriu todo corpo.

A seguir a elfa esticou as duas mãos à altura dos ombros dela e vestiu-se. 
Magno pensou: 

- Tal qual meu Mestre se veste.

A elfa levou-o a outro aposento onde tinha uma cama “King size casal estilo Japonesa”, Um  guarda roupas gigante e espelhos por todo aposento. Sobre a cama tinha uma vestimenta élfica clara, leve, transparente e sem roupas de baixo... A elfa disse:


- Vista-se!


Magno pensou ao ver as roupas:

- O que vou ser um garoto de programa?

Ao ver ao lado uma capa que prendia nas presilhas dos ombros ele logo deduziu que se tratava de uma cerimônia e perguntou?

- Aonde vamos minha Lady?

- Ao salão de audiência!

Magno arregalou os olhos da alma... E ficou apreensivo de como adentrar a uma sala de audiência se sentindo nu? Aquela roupa transparente para um ser humano é um afrodisíaco!. Ele pensou enquanto se olhava no espelho vendo suas intimidades por entre os tecidos.:

- “Santa Kallli! Será que homem emana? Espero que as fêmeas elfas não sintam igual aos machos elfos, porque se eu vir algumas delas me olhando nessa roupa com certeza vai ter problemas com os meus odores. Principalmente porque eu gosto quando uma fêmea me olha com desejo. Excita-me muito”!

O Cigano terminou de vestir-se prendeu o cabelo e virou-se para a elfa e... Ela estava sorrindo e mordiscando o dedo... Magno pensou:

- Occhi! Será que essa elfa leu minha mente? Preciso ter mais cuidado. E disse muito sério.

- Senhora! Estou err... Pronto! Pode me arrumar um par de luvas.

- Luvas?

- Sim preciso cobrir essa mão!

Ele falou e mostrou a ela o braço com a “runa” Sengia ficou fascinada olhando as artérias pulsantes do Cigano que mudava de cores. Foi até uma gaveta e apanhou um par de luvas que deixavam os dedos de fora e deu a ele. Magno calçou apenas a da mão esquerda e colocou a outra na cintura e foram para o salão de audiência.
Magno foi caminhando atrás da Elfa, após a praça central onde ouve a batalha com o homem de armadura negra, eles entraram em um vale e foram para uma cidade em cima d’água! Magno estava fascinado olhando tudo. Chegaramm em frente a uma bela construção diante de dois guardas e a elfa disse.

- Estamos sendo esperados.

Os guardas abriram a porta, eles entraram, a elfa sorria discreta diante do deslumbre do Cigano olhando em volta enquanto caminhavam pelo amplo e suntuoso salão... Magno esqueceu até das transparências. Chegaram diante do rei, o Cigano o reverenciou como já viu fazerem à Elessar e à seguir foi encaminhado a sua Cadeira no centro do salão, a Elfa se posicionou ao lado dele. Magno pensou: 

- Santa Clara! É um julgamento e Sengia e minha defesa. 
Com toda certeza, Sengia não se preparou para a audiência. Vai buscar aqui mesmo entre as testemunhas de acusação, alguma pergunta a fazer, se posicionar, tentar achar alguma coisa que chame a atenção, e que principalmente não me cause surpresa. Toda essa demora é o que eu menos preciso.

De repente um som abafado se fez quando todos ficaram de pé:
 O Rei Arden levantou-se estreitou seus olhos  e fez-se ouvir:. 

- Eis que por decreto estamos aqui e agora neste recinto diante da nossa Deusa para um julgamento leal ao forasteiro Magno Matias! 
A vida é cheia de surpresas e o Criador é muito criativo, e está sempre nos surpreendendo com Suas soluções inimagináveis. 
Nem tudo o que parece mal é, de fato mal, muita coisa ruim nos acontece visando um fim proveitoso, um bem maior. Por esse motivo preciso lhes por à par de que o Réu em questão nos livrou de uma grande catástrofe. 
Livrou-nos de um "Draconar". Acontece que mesmo com toda sua honra fui obrigado a detê-lo, porque ele possui um poder fora do comum e apareceu em nosso reino sem explicações plausíveis!.Entretanto, peço que Sejamos imparciais! 
- E tenho o Dito!

Logo após o decreto do Rei a defesa falou:

- Meu nome é Sengia de Galdar! Advogado de defesa do Réu em questão! 
Como nosso Monarca o Rei Arden acabou de falar: sejam imparciais! Porque muitas vezes, estará claro na vossa mente que o Réu estará cometendo injustiças, perjuros ou crimes indefensáveis, quando os acusadores aparentam estar convictos da proporção das suas próprias ações. Porém, muitas vezes, o considerado desequilibrado pode ser você quem julga e não quem está sendo julgado. 

Sem mais! 

Foi a vez da acusação falar. Magno estava apreensivo ele esteve presente no julgamento de Elessar  e foi muito estressante, agora era o seu julgamento. Isso dava nos nervos.


Meu nome é  Erin de Narael! Sou o Advogado de acusação! Diante dos promotores.

O Líder da promotoria falou aos dois lados.


- Senhores da Defensoria e da Acusação: Fica avisado em primeira estância que em momento algum poderá haver qualquer tipo de prejuízo ao acusado, por conta de seu silêncio durante o interrogatório, inclusive a remota presunção de dano para a defesa que eventuais perguntas consignadas em ata poderiam acarretar. 
Espero também que o Réu e sua defesa tenham claro em mente o que vão falar antes das palavras começarem a ser ditas, para não causar más interpretações e evitar confusões por terem se apressado.


Comecem o Julgamento e que os Deuses o conduza 

Conclusão 

Magno já estava aborrecido com essa frescurajem toda! Ele precisava sair dali e chegar ao local da luz para em fim se libertar daquele imenso poder que ele não foi instruído a usar. Enquanto os advogados de defesa e acusação “batiam bocas” o Cigano não ouvia nada... Ele estava tentando se comunicar com sua Emka para saber o que fazer, para sair daquele lugar o mais breve possível. O Cigano ouviu a elfinha dentro da sua mente:

- Use o poder de hipnotismo precisamos sair daqui sem feri-los.

-Mas eu não sei fazer isso? Não tenho mais poder para evocar Ettore.

- Evoque seu Mestre e faça querido!

Sem ouvir nada que estava se passando no salão de audiência Magno buscava toda sua força para encontrar seu Mestre e usar esse tal poder hipnótico. Mas pensava quase desistindo que mesmo que Last o concedesse tal poder como ele iria hipnotizar todo contingente de elfos que ali se encontrava? Foi quando pensou:

- “O Rei! Só preciso fazer isso com o Rei. Ninguém irá desobedece-lo”.

Instantes depois os elfos se levantaram ao ver o Cigano com a cabeça entre as mãos sentindo dor tão forte...  A mão do Cigano brilhava dentro da luva. Todos se prepararam para usarem seus poderes contra o Cigano quando o Rei se levantou e disse:

- Ouçam-me todos! O Forasteiro está livre! Levem-no até o barco para que ele atravesse até a cidade encantada de Minara!

Quem iria contra um decreto do Rei? Sengia abraçou Magno e levou-o até a embarcação de um mastro só, que estava ancorada a uns quatrocentos metros do grande salão. A embarcação estava destinada ao Porto de Adria, conhecida por todos os elfos como: “a estrela resplandecente de Adria” Era a cidade mais renomada do reino de Minara O "Haven"  dos elfos de Minara, no entanto, não era o destino final do Cigano! Ele ainda precisava encontrar a passagem a meio caminho da grande floresta encantada, que fora devastada pela guerra de VaLkel.
Depois que Magno chegou a Adria, o jovem cigano não sabia onde o destino o levaria, sabia apenas que se ele não chegasse logo estaria morto e com ele toda Minara.....
..........

Até o próximo Capitulo queridos ouvintes. Magno chegará ao seu destino? Conseguirá ele salvar Emka o Guerreiro de Fogo que está presa em sua consciência? Vamos esperar que nada mais o atrapalhe e que finalmente Nosso Cigano se livre da “Runa do Destino”...  Shubb Raatri



Ruby Chubb

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