A Salamandra

 37 Capitulo

Um tanto contrariado por não saber sobre a continuação da história de Kaya e Elessar o Cigano foi para o acampamento, passou direto para sua tenda sem cumprimentar ninguém. Dormiu a noite toda com um sono pesado, sem sonhos, acordou bem cedo e foi novamente até a cachoeira banhar-se, logo ele iria ter com Elessar e Last sobre a tal lida que fariam. O sol estava ameno, havia nascido a pouco, chegando a cachoeira, Magno despiu-se e mergulhou mais uma vez na piscina natural e nadou até atravessar as quedas, coisa que ele nunca fez. Quando chegou do outro lado das quedas encontrou uma caverna ampla com um rio de correnteza calma e constante. Explorador por natureza Magno adentrou os grandes salões da caverna úmida e quente, mais quente que o calor natural do corpo humano, dando a sensação de sufocamento. Magno continuou percorrendo os salões ainda iluminados pela grande entrada, eram salões amplos revestidos com vegetação natural aquática e com um delicioso cheiro de húmus que ele aprendeu a apreciar com os elfos. O som das quedas pareciam vindas de dentro da cabeça dele. O Cigano estava maravilhado com aquele achado, mesmo sendo seu ponto preferido na cachoeira ele ainda não tivera a curiosidade de atravessar as quedas. Quando começou a ficar mais escuro e com dificuldade de enxergar ele resolveu voltar. Caminhando com cautela, pois adentrou demais a caverna que se tornara demasiada escura. Magno ouviu uma voz abafada dizer: 

** Com a morte da luz nascem as trevas.

Ele se virou depressa com o susto, mas não viu ninguém, sentiu apenas tudo se tingindo de cinza... Magno não sabia ao certo o que havia acontecido.... Seria fumaça que lhe cobria a visão ou uma pancada fortíssima que ele levara fazendo o mundo desfocar? Seja o que for que tenha acontecido o Cigano sentiu quando seu corpo tombou sobre um entulho de pedras e gravetos que lhe espetavam o corpo nu causando dor e irritação. Quando tentou levantar sentiu uma dor muito forte que percorreu parte de seu rosto, da cabeça até o queixo, como se tivesse aberto uma fenda profunda. Magno levou a mão ao rosto imediatamente e seus dedos foram molhados com um liquido viscoso quente... Ele estava sangrando! 

Magno ativou seus poderes criando um clarão e pôde ver o liquido escarlate sobre seus dedos e ao olhar para a frente avistou um grande lobo cinzento... Magno se preparou para atirar sobre ele um raio discreto para assustá-lo se ele tentasse atacar, mas o lobo continuou olhando sem mostrar ferocidade. Magno levantou-se devagar e começou a sair da penumbra da caverna com a mão no rosto, o lobo barrou o caminho dele , mas não atacou, então Magno também não poderia ataca-lo. Usando seu poder do tigre ele tentou se comunicar com o lobo que se aproximou mais... Até ficar a quase um toque do Cigano. A seguir diante do seu olhar impressionado abandonando a forma de lobo transmutando-se para uma fêmea nua, e jogou uma pedra no chão clareando o interior da caverna, Mago tinha diante dele uma bela fêmea de cabelos vermelhos como fogo e longas garras que se aproximaram perigosamente do rosto dele. 

O Cigano afastou-se de um salto e se pôs em posição de defesa. A fêmea continuou se aproximando os olhos dela eram tão azuis que pareciam transparentes. A fêmea tinha um semblante tão calmo que Magno esqueceu a defesa e perguntou ela: 

- Quem é voce? Um Lycan? 

*- Não! Um Elfo! 

- Elfo? Eu conheço os elfos e não se parecem com voce. 

*- Talvez porque voce conheça apenas os elfos da superfície, eu sou filha de Algir o Rei do mundo subterrâneo, sou uma salamandra e venho à superfície em forma de lobo para não ser notada. Gosto de vir à superfície. Agora fique quieto: 

Magno ficou quieto como a fêmea pediu e ela levou a mão pela segunda vez na direção do rosto dele dessa vez o Cigano não se assustou com as garras dela que ficaram sujas do sangue dele que escorria sem parar. Doeu um pouco quando ela pressionou a ferida entoando um feitiço para cicatrizar o ferimento. Ardeu levemente e a dor lancinante desapareceu. Magno agradeceu e disse a ela: 

- Meu nome é Magno! Sou cigano de um acampamento aqui perto, estou acostumado a vir me banhar na cachoeira, mas nunca adentrei a caverna, para ser sincero não sabia da sua existência até hoje. 

*- Eu sei! Já o vi várias vezes banhando-se nessas águas. Mas voce não deveria ter adentrado a caverna

- Me viu? Erhh... 

Falou magno meio sem graça ao lembrar que sempre se banhava nu... E ficou mais sem graça ao se dar conta que os dois estavam ali nus... E com tanta intimidade... Mas não tinha com o que se cobrir, ele tentou não olhar a beleza da elfa e perguntou olhando de lado: 

- Qual é o seu nome? 

*- Aria! 

Respondeu ela sorrindo por ter percebido o embaraço do Cigano. 
Magno ouviu rugidos e começou a explorar o ambiente a sua volta. Ele ouviu passos pesados... A elfa apanhou a pedra que ela havia jogado no chão para clarear e apagou-a rápido, mas o cigano percebeu o rosto assustado dela. Ficaram novamente na penumbra! Os passos se aproximavam além da penumbra da caverna. Magno ouviu quando a elfa gritou... Depois um baque surdo e o restante do grito dela morreu na garganta. O ar estava denso e tinha um cheiro de enxofre. Magno ouviu um rugido estranho às suas costas era um rosnar faminto e forte... Virou-se rapidamente e deparou-se com grandes presas, assustadoras e afiadas tingidas de sangue... Magno pensou: 

- “Não! Aria!! Oh céus”. 

Os olhos que encaravam o Cigano não tinham nem vestígios de um ser pensante, eram apenas o olhar de um ser de sombras e escuridão, uma fera suja de fuligem e sangue... Aquilo era um assassino, um inimigo... A fera chegou mais perto garras apareceram sobre a pelagem preparando-se para o ataque mortal, e Magno ainda estava se recuperando de algum golpe que tinha levado... A criatura saltou... O Cigano ergueu os braços num instinto de proteção e tentou encontrar os poderes recém-adquiridos... Aquele sim era um momento de provar que saberia usá-los com sapiência porque quando os primeiros raios chegaram as mãos dele Magno percebeu que havia outras criaturas e que aquele que o estava atacando parecia o líder... Os outros aguardavam em silêncio... 

 Lembrando-se do conselho de Elessar Magno usou o tele transporte desaparecendo da frente da fera que o atacava, tinham vários alvos e ele não poderia usar uma descarga apenas em um deles. Ao perceber que o Cigano tinha esse poder, a fera que parecia o líder se afastou e os outros atacaram todos de uma vez. O Cigano pensou rápido, ele estava em uma caverna e os raios iriam ricochetear com o perigo de ferir Aria que estava ali em algum lugar e talvez ferida. E ele enxergava menos que as feras naquela penumbra. Magno amplificou seu poder para que fossem atirados de seus dedos, era uma tentativa que ele ainda não tinha usado, mas valeria a pena tentar, se falhasse pelo menos acertaria alguns deles. 

Usou o solo como condutor, porque ele estava em uma caverna úmida, com alto teor de água. Esse solo continha os elementos que facilitavam a condução da eletricidade e era capaz de fornecer a carga que ele precisava. Usando esse pensamento. O Cigano criou um campo eletromagnético e absorveu toda eletricidade e a repeliu a seguir esticando as mãos na direção das feras que se aproximavam e graças a sua capacidade matemática, os raios partiram na direção das feras como misseis elétricos, com um deslocamento cronológico que dava leveza ao Cigano tornando-o mais eficaz ao seus movimentos em todas as direções, aumentando a mobilidade e o controle dos raios. Quando sua descarga terminou, ele tinha eletrocutados todas as feras com exceção do líder que não sabemos em que buraco se meteu e não foi atingido. 

Magno precisava de tempo para nova varga e o monstro se aproximava com a mandíbula escancarada e um ódio fulminante no olhar.... O Cigano estava sem armas a não serem algumas pedras e gravetos e na sua frente, numa carreira desabalada uma fera que era maior que um Lycan... Magno estava pronto para usar o tele transporte ou tentar usar quando tudo clareou e ele viu uma adaga brilhante voando pelo ar e afundar certeira no peito da fera que caiu com espasmos involuntário e grunhidos de dor. Magno seguiu com os olhos de onde tinha vindo a adaga e... Para espanto de seus olhos acostumado a escuridão tinha diante dele uma criatura totalmente incandescente... O Cigano começou a dar passos para trás e cobrir os olhos quando a criatura apagou e... Ele viu surpreso que a criatura de fogo era Aria... Que em seguida caiu... Magno correu até ela e a pegou nos braços, mas logo uma voz ganiu ecoando na caverna. 

:= Solte-a agora humano! 

Magno com a elfa nos braços encarou o local tentando enxergar na penumbra quem estava proferindo tais palavras, e ele estava decidido a lutar por aquela moça que arriscou a vida por ele. De trás de uma rocha saiu um ser de cabelos vermelhos e com mais dois quase tão grandes quanto, com um cajado incandescente e se encaminhou para junto dele. Magno colocou a elfa no ombro e lançou um raio na direção das criaturas um dos seres que estava com o cajado se pôs na frente do gigante e aparou o raio sugando-o como esponja. O Gigante começou a incendiar ali diante do Cigano e disse escoando sua voz possante. 

:= Larga a minha filha! 

Magno percebeu então que estava diante do tal Rei do subterrâneo. E agora ele entendia porque a elfa disse que ela era uma salamandra. Ela era um Elemental do fogo, que Magno só conhecia por história e nunca pensou estar diante de um deles. O Cigano pegou a elfa direito e levou até o seu pai chegando perto do gigante disse a ele: 

- Perdoe-me senhor Algir! Pensei que fosse mais inimigo, a sua filha me salvou e desmaiou, mas está viva, acho que foi ferida por uma criatura daquelas ali... 

E apontou para as criaturas queimadas espalhadas pela caverna. O Rei pegou sua filha em seus volumosos braços e gritou com a voz amarga: 

:= Filha o que te fizeram? 

- Desculpa senhor eu não posso dizer. Estávamos conversando quando ouvimos rugidos e sua filha apagou a luz que ela trouxe, em seguida ouvi o grito dela e tive que lutar com essas feras. 

:= Eles eram todos elfos da nossa raça e foram enfeitiçados por um bruxo para destruir Aria, por saber que ela sempre subia a superfície. Destruindo minha filha teriam minha derrota. 

- Ela está ferida? 

:= Sim está, veja. 

Só então Magno viu a ferida nas costas da elfa o que aconteceu a seguir foi tão rápido quanto um trovão anunciando a tempestade, e Magno foi atirado longe caindo ao lado da besta que tinha a adaga fincada no peito, e rolou sobre o que restava do piso caindo no rio, quando voltou o Cigano viu os três elfos do fogo levantando-se do chão e de pé um humano envolto em um manto esfarrapado, Com um sorriso de vitória! Ele tinha com uma faca no pescoço da elfa e disse: 

** Que da morte da luz nasçam as trevas! 

Magno produziu em suas mãos uma esfera de raios potentes como os raios da tempestade e olhou para Algir com um pedido de ajuda para o que ele iria fazer, em seguida deu seu grito de potência

- AMAHRU!!!!!!!!!!!

E atirou o poder no bruxo que foi pego de surpresa, a esfera de raios atingiu o bruxo e ricocheteou nas paredes da caverna se espalhando por todo lado. Algir puxou e arrastou Aria para um local seguro. O bruxo parecia sem reação olhando para Magno com olhos vítreos. Quando eles olharam com a claridade dos cajados dos Salamandras foi que viram que o chão estava salpicado de sangue... O corpo do bruxo parecia em perfeito estado. Não fazia sentido! Aquilo os deixava aturdidos. Magno pediu ao Rei que levasse sua filha para ser tratada. depois chegou junto do bruxo e o empurrou... O bruxo desabou no chão, estava morto. Algir falou. 

:= Sua magia é muito poderosa! Os espíritos do submundo aproveitaram seus raios elétricos e assassinaram Argeu. Com certeza os espíritos de que ele roubou a vida carnal. 

Nisso Aria despertou e quis saber do Cigano. Ele disse que estava tudo bem! Agradeceu por ela ter salvado sua vida e disse que ela podia ir embora com seu pai, e que ele também iria depois de enterrar os restos dos mortos. Aria agradeceu disse que eles cuidariam deles e pediu ao Cigano que não entrasse mais na caverna para não quebrar a magia que foi feita para que os seres do subterrâneo não invadisse a superfície com intuito de fazer maldade. Magno perguntou: 

- Nunca mais vamos nos ver então? 

*- Sim! Nos seus sonhos. Adeus Cigano! 

Magno despediu-se e saiu da caverna diante do olhar da elfa de olhos transparentes, enquanto Algir incinerava os restos das bestas e do bruxo com apenas um gesto, Magno se perguntava: como um ser tão poderoso foi atacado por um bruxo daquela maneira? 

Acontece que nos mundos encobertos por nossos olhos, existem coisas que são impossíveis de acreditar se não tivermos a sorte de vislumbrar. 
Quando Magno emergiu da piscina de águas naturais Elessar estava esperando encostado na árvore mastigando um talhinho de funcho. E perguntou: 

= Voce sabia que alguns Seres de outras dimensões ou realidades estão associados a alguns elementos pois sua forma de ser emana caraterísticas vincadas em alguns elementos? 

- Acho que sim! Porque está me perguntando isso? 

= Porque voce cisma de escarafunchar locais onde o perigo e eminente! E sempre quando está sozinho Cigano. Precisamos fazer isso com amigos, com proteção. 

- Ih! Qual é Elessar? Eu não escarafunchei coisa alguma! Foi coincidência. 

= Todas as vezes Cigano? 

- Claro! Acha que sou criança? 

= Não! Apenas acho que seus processos mentais, intuitivos e psíquicos usam uma aprendizagem abstrata, sua liberdade está no espirito além de estar na matéria. 

- Não entendi nada Elessar. 

= Eu sei! Vamos, Last está esperando. 

Tá bom já vou! 

Magno falou de mal vontade, vestiu-se, e foram batendo boca pelo caminho. Magno estava muito malcriado e Elessar sorria dele deixando o Cigano muito mais irado. 

 Pode ter sido coincidência senhores ouvintes, mas o nosso Senhor dos Raios é dado a perigos concordam comigo? Até o próximo Capitulo Shubb Raatri

 Ruby Chubb

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