Draconar

As bruxas são reais? 

- Claro que são. 

Elas são velhas magras com pele verde, queixo pontudo, verruga no nariz e estão cacarejando sobre um caldeirão? 

- Claro que não. 

Será que elas jogam uma espécie de hóquei em suas vassouras e lutam contra animais míticos? 

- Também não! Tudo isso é uma tentativa de nos fazer acreditar que as bruxas não existem. 

As bruxas e feiticeiras nos tempos de hoje, não tem (ou nunca tiveram em tempo algum) a pele verde nem usam um chapéu pontudo, mas se envolvem em práticas de ocultismo tão poderosas que se igualam a quaisquer uma das bruxas que foram caçadas há tempos idos. E isso é realmente muito sério. A bruxaria está bem viva e goza de boa saúde em nossa era moderna e secular. E tem cada vez mais adeptos. Os seguidores professam serem pagãos modernos. 

Capítulo 21 
*** 

Havia chegado a hora decisiva... Magno estava fraco por manter a mente de Aleteia consciente como humana e... Perdeu-a... Assim que a perdeu, Magno pôde ouvir o rugido terrível da criatura que sem nenhuma consideração açoitou-o com a calda jogando-o longe. 
O Cigano bateu forte contra o tronco de um frondoso baobá ficando por uns minutos sem conseguir respirar, enquanto via a criatura vir ao seu encontro com seu passo sinuoso, lembrando uma pantera... Balançando levemente as orelhas pontudas que se destacavam muito na sua cabeça peluda, como um aviso sobre seu ataque... Os olhos enormes e rasgados infinitamente vermelhos e a mandíbula com dentes capazes de estraçalhar seres gigantescos... 
Se não fosse pelo tamanho Magno diria que se tratava de um genuíno dragão. 

O Cigano se levantou, mas não conseguiria correr, porque estava sem conseguir respirar por ter quebrado algumas costelas, e também, porque a fera deveria ter uma velocidade superior a 60 Km por hora. Então, ele se preparou para usar toda força mental que lhe restava para tentar acionar a “runa” para sua defesa. Mesmo sem saber o que poderia causar. Ele estava com seu instinto de defesa à postos, e nesse momento não pensamos muito nas consequências. 
Ao ver aquele ser que para os elfos era uma divindade pronta a morrer por eles. Os “pequenos elfos” saíram do esconderijo com suas armas, seus magos e guerreiros para defender o Cigano. 

O Líder que ainda estava ferido, conjurou uma lâmina espiritual e avançou contra a criatura que eles chamavam de “Draconar”. Mas a fera esquivou-se do seu ataque e ficou indecisa sobre o que faria se continuaria com o Cigano ou atacaria os elfos, dando tempo para que o contingente dos guerreiros armados investissem. 
Lunis aproximou-se na liderança, ele possuía uma incrível habilidade com suas espadas longas de dois gumes e atacou o focinho da fera, uma parte que não possuía escamas blindadas. O “Draconar” não conseguia contra-atacar, porque estava tentando proteger seu focinho dos ataques do guerreiro Lunis e suas espadas que dançavam nas mãos dele tentando acertar o focinho do forte oponente. 

O líder seguiu em auxílio de Lunis e com sua lâmina espiritual golpeou o flanco direito do “Draconar” com força. A fera rugiu alto e recuou um pouco... Mas para investir novamente e com mais fúria dessa vez. O líder lançou uma esfera de fogo que se espalhou no focinho da fera, em seguida, lançou outra para não dar tempo a ela de se refazer. 

Magno segurando na árvore que quase o matou, olhava apavorado aquela batalha que poderia causar mortes e ele não queria que isso acontecesse em nenhum dos lados... 
Ele inspirava e expirava lentamente, precisava conseguir caminhar e chegar até eles. Nesse momento como se alguém trouxesse até diante de seus olhos o “Livro de Derdriw”... Magno esvaziou sua mente e se concentrou na figura que tinha visto no livro enquanto procurava um jeito de vencer o "Draconar"e que talvez ele tenha interpretado errado. 
 O Cigano queria apenas acabar com aquilo! Dentro daquela fera havia uma mãe, que precisava cuidar de sua cria. A lembrança da figura do livro fez com que Magno abrisse as portas de sua mente para a magia ele clamou sussurrando, mas com toda força do seu coração. 

- Emka! Ajude-me!

O Cigano sentiu no corpo um relaxamento e sua mente podia ver com mais precisão. A aura amarela que pairava sobre a palma da mão dele indicava o grau de magia que ele poderia usar. A aura amarela tomou seu braço, seu antebraço. Magno fechou os olhos para se concentrar no que iria fazer. 
Quando abriu os olhos, um torpor materializado dourado reluzente tomou conta dele próprio em totalidade. Ele soltou a árvore, aprumou o corpo e levantou os braços... 
Os elfos olharam sem saber o que estava acontecendo... Enquanto eles se distraíram olhando o que estava acontecendo com o Cigano... “Draconar” investiu com fúria numa carreira desabalada... Magno correu para junto dos elfos e parou na frente deles... Os elfos temeram em contê-lo... A medida que o poder aumentava toda energia que percorria o corpo do Cigano se concentrou novamente em sua mão, e Magno lanço a força daquele poder no chão entre a fera e os elfos causando uma bela explosão amarelada com um som abafado e agradável. 

Tudo parou por longos minutos... Lunis foi o primeiro a despertar sentindo os vestígios daquela magia ainda pairando no ar, enquanto Magno voltava ao seu estado normal, sonolento e com as dores extremamente diminuídas. Ele não sabia o que tinha acontecido direito, parecia que tinha acordado de um sonho. O líder despertou do transe também e deu um leve sorriso de agradecimento aquele ser estranho que o havia curado. Em seguida todos despertaram coçando os olhos. 

O Cigano movimentou completamente seu corpo, sentiu algumas dores, mas sem nenhum impacto. Como se estivessem despertando de um pesadelo todos despertou ao mesmo tempo com um grito: 

- CADÊ O DRACONAR? 

A grande criatura havia desaparecido...

- Como? Para onde teria ido? Será que entrou na caverna?


Todos se perguntavam a mesma coisa. Magno olhou mais a frente atrás das pedras que servia de barricada para os elfos e o “Draconar” e exclamou com um sorriso de contentamento:

- ALETEIA!!! Mas... Ainda é lua nova! Te agradeço Emka!

Ela levantou-se sonolenta, olhou para seu corpo e deu um largo sorriso enquanto movimentava   lentamente as pálpebras. O líder falou de mãos postas: 

- Que alívio! Por um momento eu pensei que encontraria os Deuses, mas não deixo de estar certo, estou diante de uma Deusa. 

A bela moça olhou para Magno com olhar de agradecimento! 

O cigano estava encantado pela magia do silêncio que Aleteia causou. Os olhos esverdeados da fêmea contemplavam os elfos que a olhavam com admiração! Logo após, com a agilidade de seus movimentos e seu corpo nu, ela virou-se de costas... Seus belos cabelos ruivos brilhavam com a luz do sol da tarde. A feiticeira Aleteia embrenhou-se na floresta caminhando lentamente com seu andar sinuoso de pantera. O líder não queria deixa-la ir, porém, Magno falou: 

- Deixe-a! Ela precisa alimentar sua cria! 

- CRIA??

- Sim!
Concluiu o cigano e explicou sobre o que tinha descoberto ao entrar na mente do “Draconar”. O líder falou apreensivo:

- Oh! Essa é uma antiga lenda que nem os mais sábios conhecem à fundo! Essa lenda retornou de maneira direta. 
 Durante a batalha enquanto fiquei em transe. Em minha mente achei que fosse um sonho. Um sonho real, onde Magos, Guerreiros e Arqueiros batalhavam com um espectro, porém, eu não sabia porque. Não sei descrever ao certo, pois minha lembrança sobre, não é muito boa. Um fato que está nítido do meu transe, é que um mago muito poderoso surgiu fazendo com que todos que se aproximava dele enfraquecesse. A guerra foi parada quando um enorme dragão vermelho usou suas pesadas asas para criar uma tempestade caótica. Foi quando acordei com minha cabeça relaxada e tranquila. 

- Também tive uma visão – disse Lunis: Eu estava numa caverna onde tochas iluminavam o lugar com uma luz fraca. ... E eu fazia parte do corpo de um mago... 

Todos se calaram pensando no que havia ocorrido ali. 
Magno sabia que teve ajuda da elfinha Emka, mas não podia revelar o motivo de sua viagem àquele mundo. Ele olhava e observava à todos em silêncio, quando sentiu seu pulso queimar, o pulso onde estava a fita amarrada, em seguida, uma chama pequenina apareceu no centro da sua palma onde estava a “runa”. Magno sentiu seu corpo e mente serem controlados, menos os seus olhos... 
No centro de onde estavam ainda falando do acontecido, surgiu uma chama escarlate incandescente e uma figura com manto negro vinda do além... A Visão trocou olhares com o Cigano que tentava descobrir quem aquele espectro carregava. Ele falou palavras que Magno não ouvia, apenas via os lábios se mexerem. Em seguida virou-se e sumiu! O rei falou: 

- Que confusão! É melhor fazer uma viajem às outras cidades élficas para avisá-los dos perigos futuros. Que assim eles saberão o que fazer se tiver uma cena parecida com a que tivemos hoje. 

O líder levantou-se do chão onde todos estavam sentados conversando, bocejou longamente e fez uma careta. A brisa quente não o agradava! Havia vários meses que o clima do local era o mesmo. 
Quando se distanciou ouviu alguém o chamar e voltou. Um dos seus súditos chegou na clareira dizendo que um ser com manto negro havia chegado à praça central dizendo coisas estranhas, e que eles nunca ouviram tal idioma. 

- A face dele era apenas sombra... Parecia fumaça... Eu fiquei até temeroso! 

- Voce o enfrentou? – perguntou o líder. 

- Sim! Eu estava frente à frente com ele. Era uma coisa enorme e horrível! Procurei as minhas melhores habilidades e ataquei e ele desapareceu deixando suas vestes negras aqui na praça. Enquanto estava desaparecendo falou o nome do forasteiro. Várias vezes. 

- Mau nome? Porque raios ele falou o meu nome se sou um forasteiro? 

Não sei! Voce percebeu que estou intacto?

- Percebi – respondeu o Cigano. 

- Então, ele lutou com a minha mente! Não tocou em mim fisicamente... Pensei até que estivesse em outro mundo ou alucinado. Como se tivesse em algum transe. 

Quando o guerreiro terminou de falar Magno sentiu formigamento no corpo e pensou: 

- O que faremos Emka? Ele não pode nos atrapalhar, temos pouco tempo... 

Magno sentiu forte dor na cabeça e uma claridade que o deixava cego... E em contraste com essa claridade ele pôde ler inscrições que diziam: 

“Aquele que não obedecer ao verdadeiro mestre deverá morrer! Em seu caminho deixará um rastro do seu sangue imundo, para que todos que vir seu erro, não o siga como exemplo” 

A dor era muito forte, Magno tentou segurar em algo para apoiar o corpo, mas não conseguia enxergar nada e apoiou no vácuo e foi amparado pelo Rei. 
Magno agradeceu e se afastou contemplando o fim de tarde pensando nas tantas coisas que aconteceram. Ele caminhava devagar pensando que não poderia mais ficar nessa cidade já que o tal "mago fumaça" falou seu nome. Começou a caminhar devagar pela cidade. Os elfos olhavam espantados para a figura do Cigano caminhando com sua longa “capa” e descalço. Mal sabiam eles que por baixo da “capa” não existia mais nenhuma veste. 

 Do nada Magno ouviu um estrondo... Virou-se para saber do que se tratava... A sua frente um humano com armadura de couro revestida com uma substância negra 

De repente ele o atacou... Magno estava desarmado e Linus bloqueou posicionando entre os dois para ajuda-lo. Rapidamente o Cigano tirou das mãos de Linus e disse para que todos se afastassem. A seguir com girou as espadas longas nas mãos se familiarizando e atacou, girando as poderosas espadas,  passando uma pela outra deixando seu oponente sem chance de ataca-lo. Mesmo que o oponente fosse tão ágil como ele. 

Os elfos olhavam com uma vontade enorme de atacar, mas Magno havia pedido que se afastassem. 
A batalha ficava a cada momento mais intensa. De repente o atacante deu um giro e pegou o Cigano pelo pescoço com o braço, sufocando-o numa gravata por trás... O líder imediatamente contra atacou, mas Magno disse com energia: 

- Eu falei para se afastarem!

Eles se afastaram e Magno se soltou rapidamente, sem que o atacante esperasse, ele rodopiou e lançou um golpe letal no tórax do adversário fazendo-o recuar sem ar. 
Guardou a espada de sua mão direita e empurrou o atacante para o chão, Montou sobre ele e pressionou seu antebraço contra o pescoço do atacante, a seguir posicionou a mão esquerda com a espada na direção da cara do adversário e falou:

- Diga logo o que voce quer comigo!

O homem olhando para Magno sem perder o foco, começou a se debater e de repente gritou para o Cigano:

- Toda dor e todo caos que estamos vivendo... Incide na corrupção de sua alma seu maldito!

Em seguida o atacante girou saindo do golpe e apertou o pescoço do Cigano... Levantando-se com ele, segurando, apertando e sufocando-o... O homem estava usando uma força descomunal. 
O líder percebeu que aquele homem possuía muito mais poder do que demonstrava e empurrou-o com uma magia jogando-o contra parede. Ele largou Magno no chão devido a força do golpe magico.    Com muita dificuldade o Cigano tossiu e respirou... 
O líder atirou sua lâmina espiritual no peito do assassino matando-o. Examinaram o corpo dele procurando pistas e não encontraram nada. Magno perguntou ainda sem voz:

- É natural existirem humanos por aqui?


- Não! Existem muitos anos que não vemos nenhum. Depois de voce já nos deparamos com dois.
 A bela ruiva e agora esse aqui.

O líder falou apontando para o assassino morto. e continuou muito sério:

 - Eles estão vindo no seu encalço forasteiro. O que voce quer em nosso mundo?? Linus!

- Sim Senhor!

- Levem-no para o calabouço!

.......

E agora? O tempo de Magno e Emka está se esgotando... O Rei não sabe que prendendo o Cigano está trazendo uma Hecatombe ao seu belo mundo....

Até outro Capítulo queridos. Shubb Raatri!


Ruby Chubb

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Eletrocutado

Liviel Vladesk

Lobo Alpha