Acromantula

Os imprevistos constituem uma excelente oportunidade para treinarmos nossa flexibilidade. Muitas vezes, quando algo não sai como planejamos, despendemos uma grande quantidade de energia, ao invés de simplesmente focarmos-nos numa maneira de lidar com aquela nova circunstância. Olhar para a situação e dizer: é isso o que se apresenta agora e minha única atitude neste momento deve ser refletir sobre as alternativas que tenho para resolver a questão, Porque pensar mesmo diante das circunstâncias atroz, é o melhor meio de evitar que o desequilíbrio assuma o controle. Este é um meio eficaz de nos mantermos conectados com o agora e não nos deixarmos levar pela mente, que sempre insistirá em projetar os problemas que poderão advir daquele imprevisto.



Capitulo 27


Depois de um farto jantar os ciganos começaram seus afazeres para que fossem descansar com tudo nos devidos lugares, eles acordavam muito cedo e arrumar tudo antes da lida era muito estressante. Por isso os ciganos preferiam deitar mais tarde, mas em compensação acordar sem correria. Magno que havia se juntado a eles já quase no fim do jantar, saboreava sua coxa de faisão sentado na grama ao lado do trailer de Juanito que ficava bem próximo a fogueira onde os assados estavam. De repente ouviram um rufar de asas muito potentes e os ciganos que faziam a limpeza do local disseram ao Magno num tom bem alegre, pois sabiam da amizade deles. 

- Olha isso Magno! Está chegando seu amigo Last. Temos uma parte de carne sem salgar se ele quiser me chama que eu... 

Antes que Artêmio conseguisse terminar a frase, Magno falou levantando de um salto: 

- Corre Artêmio! Não é Last! E leve todos para a longe. Vou tentar atrasá-lo. 

Magno sacou suas espadas e se pôs no caminho da grande ave demoníaca que se aproximava com chiado tenebroso. Alguns ciganos com seus facões e machados vieram em auxílio de Magno que os mandava ir embora sem resultado. A grande ave demoníaca pairou sobre o acampamento e virou a cabeça totalmente para trás emitindo um chiado estridente como aviso para as presas. Sentindo-se ameaçado o pássaro demoníaco mergulhou sobre os ciganos e segurou um deles pelo pescoço. Magno perguntou tentando se manter calmo para que o pássaro não matasse seus amigos. 

- Quem é você criatura? O que quer conosco Percebo que não veio nos matar ou já teria feito sem aviso prévio dado ao seu poder. 

A criatura respondeu com toda sua ira, devido todos aqueles ciganos estarem tentando acuá-la: 

= Sou noite! Sou escuridão sem sentimentos, sem alma, Trago o vazio, a solidão, o medo, a tormenta e a desgraça sobre quem se atrever a se por no meu caminho! 

- Calma e nos diga o que realmente veio fazer aqui! Você é somente sombra flagelada que vaga por entre mares de vidas em silêncio, vivendo torturado. Eu sei que voce é um Vampiro! Mas quem é voce e o que quer? 

= Não tente me tratar com delicadeza! Não sou sua amiga, sou sombra, espectro de ser vivo, um dos senhores da noite, trago confusão, delírio, sou implacável, voraz, melancólica e sedenta sou um Vampiro insaciável. 

- Tudo bem, não te tratarei com delicadeza, mas me diga, por que estás assim? Nem é por fome ou já teria devorado esse cigano na sua mão. 

Ao ouvir isso o cigano molhou as calças de tanto pavor, achando que Magno estava dando uma ideia para aquele ser sobrenatural que o segurava sem nenhuma dificuldade com uma só das mãos. Magno se aproximou devagar embainhou as espadas diante do olhar apavorado dos ciganos que acharam a maior bobagem feita por ele. E disse: 

- Por favor, não o machuque! 

A seguir com um esforço sobrenatural da sua mente Magno morfou para Ettore e pedindo pela vida do cigano parou diante da criatura. O vampiro sentiu algo indescritível com aquela visão de um Vampiro de cabelos prateados... Os olhos dourados dele lampejavam em direção dos olhos de Ettore que se contraíram quando sentiu uma doce sensação de desconforto passar pelo seu corpo. Ettore pensando no bem estar do povo cigano, estendeu a mão para o vampiro que ficou entre soltar o cigano ou mata-lo. Mas o poder dominante de Ettore venceu, e o vampiro lhe entregou a mão aceitando o cumprimento; e soltando o cigano que correu para longe e ficou olhando escondido atrás de uma árvore. Agora mais calmo e encantado pelo olhar de Ettore o vampiro, voltou a sua forma humana diante dos olhos dos ciganos que pasmaram diante de tamanha beleza que ainda entregue ao poder de sedução daquele ser de cabelos prateados perguntou retirando seus cabelos negros da frente do rosto: 

= Onde está o Sunahara? Preciso dele com urgência. 

- Porque precisa dele? Sunahara é um tigre. O que um vampiro pode querer com um tigre? E voce não me disse seu nome. 

= Meu nome é Kaya de Ka-Hala! Sou a bruxa vampiro da mansão Elder. Me desculpa o transtorno causado aqui, eu não mato mais para me alimentar. Apenas me defendi dos ataques de voces os ciganos. Quando matei minha matéria por amor e fui ressuscitada pelo sangue de um elfo que foi mordido por um Lycan... As três naturezas ficaram fazendo parte de mim me dando poderes sobrenaturais, além dos poderes de um vampiro que eu não conseguia controlar. Quase destruí a “floresta negra” Mas consegui me conter me transformando na Fênix e ajudando aos Magos da “floresta negra” com a parte mais difícil que foi aceitar a morte. No final, os Magos deram para Amom e para mim a liberdade dos seres da noite,  por termos vencido uma prova de fogo! Mostrando que mesmo sendo vampiros conservamos nosso lado Élfico e nossa humanidade. Pois somente os Elfos e os Humanos arriscariam suas vidas por quem amam. E daquele dia em diante, não nos alimentamos mais de seres vivos! Tornamo-nos seres mágicos da floresta mesmo sendo Vampiros. Nós nos alimentamos da energia de Gaia! Seremos sempre esses seres mágicos! Até o dia em que deixemos aflorar o lado maligno que vive dentro de nós. Enquanto conseguirmos controlá-los, poderemos viver entre os Elfos e entre os Humanos sem que eles precisem se preocupar em fugir de nós. Agradeci aos Magos da floresta por eles terem feito todo o possível para salvar o povo do abismo em que eu coloquei sem querer. Todos os elfos agora nos olham com carinho, por ver nossa força de vontade de permanecer entre eles. Quando cheguei aqui no acampamento mantive minha besta, porque voces  me ameaçaram e se eu os assustasse não precisaria machuca-los. Senhor? 

- Ettore! Meu nome é Ettore! Agora me diga o que deseja com o tigre. 

= Eu estava em minha ronda diária quando nas imediações do Canyon Colca desceu uma tempestade absurda. Os trovões rugiam com o som de mil montanhas desmoronando. Eu até gostei que elas  desabassem, porque naquelas montanhas muitas coisas atrozes acontecem: vidas já foram destruídas, carbonizadas, devoradas por um bruxo infeliz que mora nas cavernas nos arredores. Ele é o senhor absoluto daquelas terras áridas. Não sei por que estúpidos seres ainda se atrevem a ir naquele lugar. Talvez em busca de aventura. Quando a chuva passou percebi com minha visão de longo alcance, que um elfo estava na entrada da grande caverna à espreita, escondido atrás de um grande rochedo. Precipitei-me para lá... Precisava avisar ao elfo que seria suicídio entrar na caverna, não só pelo bruxo, mas porque naquelas cavernas entre as paredes rochosas se escondiam Acromantulas... Que são aranhas gigantes em busca de alimento para seus filhotes. Com certeza aquele elfo nunca havia estado naquela região. Porém, antes que eu chegasse lá o elfo sacou duas adagas curvas que luziam com luz vermelho azulado e foi engolido pela escuridão da caverna sem saber do perigo... Entrei atrás dele com cuidado e alguns passos depois, encontrei uma das aranhas partida ao meio. Com certeza foi a primeira aranha que se atreveu s cruzar o caminho dele e pensei que (pelo menos ele era ágil). Estava muito escuro até mesmo para um ser da noite. Era como se a escuridão se moldasse de forma palpável sobre as  minhas asas de couro que se estendiam imensas. De repente minha visão vampírica descobriu quatro pares de olhos na porção frontal do cefalotórax... Era uma aranha gigante! Fiquei atenta, porque a maioria das aranhas usa veneno para matar suas presas. Na ponta das garras delas, ficam duas estruturas semelhantes a seringas, ocas e pontiagudas, usadas para picar o corpo da presa e injetar o veneno que paralisa logo a seguir. A aranha investia e eu me esquivava, Ela tentou me acertar o veneno várias vezes, até que consegui ficar em cima dela e enfiei as garras das duas mãos estraçalhando-a e matando-a. Em seguida continuei procurando pelo elfo... Ele poderia estar precisando de ajuda. Depois de mais ou menos uns vinte metros caminhando e tateando na escuridão da caverna... Eu o encontrei... Ele estava totalmente envolto em fios de seda da teia da aranha, fiquei escondida para ver onde ela o colocaria, e vi quando o prendeu na parede da caverna e jogou mais alguns fios de teia deixando-o totalmente embrulhado com certeza sem ar.
 Cheguei o mais próximo possível para tentar soltá-lo com a esperança de ele ainda estar vivo. Ele erar um elfo! E com certeza conseguiria fazer seus batimentos cardíacos ficarem mais lentos e assim retardaria o caminho do veneno nas suas artérias. E isso, antes que alguma aranha viesse fazer sua refeição eu tentei soltá-lo, mas mesmo para um vampiro ficou difícil cortar os fios de seda da teia de uma aranha. As aranhas produzem a fibra natural mais resistente do mundo. Os fios produzidos pelos aracnídeos têm 8 vezes mais resistência que o aço, mesmo sendo uma das fibras mais leves existentes na natureza. Usei minhas garras demoníacas, mas nem assim consegui soltar os fios da teia que o envolvia. Foi quando vi no chão uma das adagas do elfo. Rapidamente usei a adaga para tentar livrar o rosto dele, para que ele pudesse respirar. Quando descobri uma boa parte do rosto do elfo, percebi que ele não era de Laht nem de Uhat. Porque possuía os cabelos dourados e não prateados como os seus. Perguntei de onde era e qual era o seu nome; ele me respondeu com muita dificuldade, quase sem respirar: 

- Acampamento “tigre de fogo” preciso do Sunahara... 

Depois disso ficou imóvel novamente, percebi que ela escondeu suas batidas cardíacas para se poupar. Eu regurgitei sobre o corpo dela para esconder o odor e enganar a aranha e vim o mais rápido que pude procurar o Sunahara, mas voce me disse que esse ser é um tigre... Ela devia estar delirando tinha muita febre. 

- Porque voce disse “ela”? Era uma fêmea? Como voce sabe se os rostos são tão idênticos entre machos e fêmeas élficos. E como sabe onde ficava o acampamento "tigre de fogo"?

= Porque possuía seios e muito volumosos, dado a protuberância que se fazia visível sob os fios de seda da teia. E sobre o acampamento "tigre de fogo" conheço através do vampiro Last que ajudou Amon a encontrar Elendil quando fui ferida na floresta negra. E também estive aqui na posse do Rei Elfo.

- Sim me desculpa ter esquecido, e sobre o elfo é Sigel! Preciso ir até ela! 

= Voce a conhece Vampiro Ettore? 

- Sim! É minha amiga! 

Então vamos! Siga-me. 

Os dois voaram para as cavernas do Cânion Colca que fica na cidade de Chivay no Peru. Ettore estava em silêncio... Será que sua amiga conseguiria resistir até eles chegarem? 

Uma outra hora termino de contar meus queridos. Preciso fazer algumas compressas em um ser que se feriu na batalha. Shubb Raatri.


Ruby Chubb

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