"Rudana"

“Rudana” jovem e bela Feiticeira cigana que após apaixonar-se pelo feiticeiro Cipriano, tornou-se uma bruxa negra, com sua primeira aparição onde se reuniam os ocultistas que estudavam a magia dos antigos Caldeus. Cipriano, o Feiticeiro e supostamente, um de seus Mestres, habitou à península Ibérica em diferentes períodos históricos, mas que combinavam-se perfeitamente no universo da mítica do sobrenatural: Mais tarde, o juntamente com os Mouros sarracenos que invadiram e dominaram o território vieram as bruxas misteriosas do Oriente, as ciganas, que foram chamadas de: “ as bruxas das Yeborath “. Eram lideradas por “Rudana”

Cipriano o Feiticeiro que não somente encontrou uma certa Bruxa cigana em sua passagem pela Índia como dela ele herdou os livros, as poções, e os segredos dos seus poderes! Ela era a sua Mestra! E não o contrário. Considerando que uma Bruxa ou feiticeira na índia não seria muito bem aceita. Isso era coisa para machos. Ela seria, apenas e naturalmente, versada naquele tipo de magia característica da cultura indiana. Não era aceito que uma fêmea regesse aquela magia, normalmente classificada como magia das trevas, magia da mão esquerda, magia negra: Necromancia, Vidência, Evocações, Parcerias com demônios, Encantamento à distância: usadora dos bonecos de cera e as agulhas, e finalmente os oráculos. Essa bruxa foi uma das que preservaram alguma coisa das tradições da magia das tribos nômades e reino antigos de tempos ainda mais arcaicos entre os quais destacam-se os os ciganos Caldeus e os Assírios. Possuidora de Magia das sombras, frequentemente desprovida de escrúpulos, sem critérios éticos, que livremente associa-se com entidades não humanas e pouco confiáveis: demônios, gênios, formas-pensamento, elementais, e espíritos de pessoas mortas. Assim é "Rudana" 


Capitulo 25


Diante dos olhos pasmados do cigano Enrico A grande fera tornou-se o Cigano Magno do acampamento “Tigre de Fogo” da “floresta negra de Laht” . Que ainda meio tonto e com a boca cheia de sangue cuspia nauseado pelo cheiro e o gosto do líquido da vida que ele precisou ter nas mandíbulas de tigre para salvar seu amigo. 
Quase sem voz Enrico pronunciou:

- Magno! Como?

Sem nada dizer Magno pegou o jovem nos braços e foi para o rio mais próximo, chegando a beira do rio Magno colocou Enrico com cuidado na margem e mergulhou. Ele precisava se livrar daquele cheiro insuportável de sangue podre que ficou no corpo dele depois da luta com o “Wahoo”. Quando saiu do rio o Cigano lavou com cuidado a ferida do seu amigo enquanto mastigava um galho de hortelã para sentir um gosto que não fosse de sangue. Ele percebeu que vários nervos (sistema nervoso periférico) que inervava a musculatura esquelética da perna de Enrico e, portanto, coordenava ações voluntárias, ou seja, que dependiam da vontade dele, como caminhar, estava completamente estraçalhado. Magno poderia até costurar, mas não saberia fazer a junção dos nervos, para isso precisaria de Elessar ou Hector. Magno limpou todas as feridas de Enrico em silêncio e o jovem cigano também não pronunciava uma única palavra. Após ter certeza de que a ferida na perna não iria gangrenar O Cigano pediu a Enrico que ficasse quieto ali na beira do rio que ele iria buscar Hector. Que estava mais perto que Elessar. Enrico sentiu seu sangue gelar... Iria ficar sozinho novamente, mas não teve nem tempo de retrucar... Seu amigo cigano estava se transformando novamente diante dos olhos dele e dessa vez com asas negras e levantou voo velozmente antes que ele piscasse os olhos apavorados... Assim que Magno ou sabe lá quem fosse seu amigo naquela hora desapareceu, Enrico ouviu tropel... Aquele som de cascos o apavorou... O jovem puxou como pôde o corpo para trás apoiando com os cotovelos, poderia ser a besta que voltou para terminar o serviço... Olhando entre os arbustos rasteiros da beira do rio ele viu um homem de lança e armadura, em cima de um mirrado cavalo e pensou: 

- Oh não! Isso não é hora para sonhar! Não posso dormir, valha-me Criador!

As narinas do cigano dilataram-se sôfregas, e os braços estenderam-se para o alto tentando encontrar algo para segurar e levantar-se, enquanto o magro cavalo, excitado com alguma coisa, batia com os cascos em pedras na beira do rio, trazendo sensações horríveis de outros cascos que apavoravam Enrico. As folhas que cobriam a cara do homem escorregaram, não era um rosto velho, e novo também não... Mas podia ser comparado com uma estátua antiga e gasta... De repente o homem armou sua lança e apontou para a direção de Enrico e atirou. Enrico fechou os olhos e soltou seu corpo, que ele tentava levantar... Enrico não sentiu a dor do ferimento com a lança... Então abriu os olhos e viu uma serpente que ainda ondulava sua calda na ânsia da morte... Enrico resvala sem querer a mão na ferida e sente doer... Coloca a mão na boca abafando o grito... Ele está com todo o tronco atrás dos arbustos e as pernas de fora... E aquele cavaleiro estranho continuava ali... A atmosfera estava abafada e úmida e a umidade prometia chuva, para confirmar, um brusco sopro de vento também. Ao norte, juntavam-se nuvens pesadas. Enrico ouviu o bater de asas olhou para cima e viu dois seres alados imensos... Rezou aos Deuses ciganos para que fosse Last. Ele não aguentava mais encontrar-se com criaturas fantásticas. 

As criaturas pousaram à uns dois metros longe dele e por incrível que possa parecer não assustou o cavaleiro que o salvou da serpente. Quando as criaturas transformaram-se em dois vampiros alegrou Enrico ao ver que um deles era seu amigo Last. O outro parecia uma copia perfeita de Last só que com cabelos brancos como a neve. O Vampiro branco fez uma reverencia para o cavaleiro que assentiu com a cabeça e sumiu na mata. Tudo aquilo parecia um sonho. Só podia ser um de seus sonhos mesmo. Saído não se sabe da onde apareceu diante de Enrico um homem alto vestido de negro, com um rabo de cavalo de cabelos ralos e longos, com uma mala na mão, agachou junto dele, abriu a mala e tirou um lençol, esticou sobre a relva e colocou Enrico sobre ele. A seguir Last passou a mão sobre o rosto do Ciganinho e tudo ficou escuro, apagou, ele finalmente dormiu de verdade. 

Quando o jovem cigano acordou, estava em um local desconhecido... Enrico forçou a mente para reconhecer o lugar. O sol estava à mão direita e batia com força no seu rosto, olhou ao lado esquerdo pela janela e avistou colinas e mais adiante levantava-se uma grande montanha. Olhou sua perna embaixo do lençol, estava enfaixada e ele não sentia dores, só ardência. Enrico sentiu-se mais protegido. Sentiu sede, muita sede, mas ali não havia sinal de água. Ele olhou para o lado que o Sol entrava pela janela e viu que metade do céu estava coberto de nuvens. O sol iluminava o bordo nítido de um grande nimbo cinzento que avançava. Ele tentou levantar-se, mas estava bastante tonto. Abaixou um pouco a cabeça para o lado dos pés da cama e viu uma poltrona onde um braço largado pendia. Enrico tremeu e pensou; 

- Onde será que eu estou? 

Tentou levantar segurando na mesinha ao lado derrubando um tabuleiro de xadrez... Ouviu uma voz conhecida dizer um pouco aborrecida: 

- Hei cigano! Se acalma ai. 

Enrico olhou para a poltrona novamente e viu quando de um salto levantou-se seu amigo Magno e abaixou para recolher as peças do xadrez. Enrico se desculpou e perguntou? 

- Desculpa Cigano! Eu estou na sua Tsara? 

- Sim Enrico! E precisa ficar deitado para que a ligação dos nervos não seja comprometida. 

- Nervos? Voce fez o curativo? 

- Não! Eu não teria capacidade de tal feito, foi Hector. 

- Quem é Hector? 

- O Mordomo do Last! Voce não lembra? 

- Eu me lembro de tanta coisa fantástica que nem sei o que é real amigo. 

Bem, eu não poderia leva-lo até a mansão, não sabia como estaria meu Mestre, porque ele não havia comparecido a festa na noite anterior e o cheiro do seu sangue poderia provocar desespero nele. Então pedi a um amigo que cuidasse de voce até que eu voltasse. Ele é um mago. 

- O Cavaleiro? Eu tive muito medo dele. Ele me salvou de ser picado por uma cobra coral. Mas ele estava de armadura e lança. 

Ele é um mago e usou o que achou em sua mente para não ser identificado. Temos um novo acampamento aqui na Floresta negra, Lembra-se da Cigana Sandra? 

- Claro! Como não lembrar? É como se ela ficasse gravada na nossa mente. 

- Então, Eles agora são nossos vizinhos! São protegidos pela magia desse meu amigo. Foi ele quem me avisou sobre a criatura que estava na floresta negra, ela foi enviada por uma bruxa cigana indiana de nome “Rudana” Ela tenta de todas as maneiras usurpar os poderes da Sandra e sua mãe que são de um clã de feiticeiras muito poderosas. 

- Poxa Magno aquele “Wahoo” matou meus amigos! Sinto-me mal por não ter morrido com eles. Só não aconteceu, porque ao me atacar na hora da ira o “Wahoo” me atirou longe. E como estava esfomeado não foi atrás de mim de princípio, primeiro se alimentou de meus amigos... Oh... Eu o vi alimentar-se... Eu tinha tanta vontade de ser um herói e me tornei um covarde. 

- Para início de conversa, voce não foi um covarde! Apenas foi livrado da morte pelo poder alguém que te ama muito, o Criador talvez. E segundo aquela fera não era um “Wahoo” Era uma fera criada por magia negra. 

- Magno! 

- Diz Enrico. 

- Voce também foi transformado por magia negra? Voce é uma fera assassina também? 

- Bem, de certo modo sim, sou uma fera assassina se for preciso. Mas não fui transformado por magia negra e sim por magia élfica. Minha fúria foi apenas para te proteger. 

- Mas como voce estava daquele jeito com parte tigre e parte humana? E por que não destruiu a fera? Voce a deixou ir embora Magno!. 

- Eu posso te garantir que nunca me imaginei capaz de viver o que vivi naquele momento. Ser capaz de viver algo tão perfeito! Para mim foi como viver um sonho que até agora me parece impossível. Melhor explicando: 

- Eu estava no meu costumeiro banho, quando voces chegaram na “floresta negra”. Eu tive um sobressalto ao ouvir vozes e quando descobri que era voce e seus amigos caçadores ali, na “floresta negra”! Confesso que fiquei muito apreensivo, mas ainda era dia, voces estavam devidamente armados e sendo liderado por Galdino. Um cigano muito ponderado e ótimo líder. As bestas fantásticas da “floresta negra” são noturnas! Então, voltei ao acampamento deixando voces à vontade para caçar. Algumas horas depois enquanto esfolávamos a caça para o jantar, recebemos a visita de um batedor do acampamento de Sandra com seu búfalo, ele veio trazer um recado do meu amigo mago pedindo urgência. Eu larguei tudo e o acompanhei até o local marcado, chegando lá meu amigo me esperava aflito. Ele queria me avisar, que em sua ronda cotidiana encontrou interferência da bruxa “Ruanda”, e que após investigar descobriu assombrado que ela havia enviado uma besta comedora de carne humana para atacar e destruir o acampamento “Manushi”, ele  me avisou porque eu devia ter cuidado, Eu me desesperei! 

Meu amigo me disse; que eu não me preocupasse, porque ele havia protegido o acampamento. Mas eu não estava preocupado com o acampamento “Manushi”, porque confiava na magia dele, eu estava preocupado com voce e seus amigos caçadores. Porque com certeza depois de não encontrar o acampamento a fera estaria varado de fome e devoraria voces. Nos separamos para procurar por voces, após algumas horas procurando onde achei que voces teriam ido caçar, não encontrei ninguém então, voltei cortando caminho... E foi justamente onde voces estavam... Cheguei no local no momento em que a fera atirou voce para trás e avançou contra seus amigos, como voce estava longe com o solavanco da besta, fui ajudar seus amigos. Ataquei-a com minhas espadas... E para meu espanto as lâminas resvalaram na couraça protegida por mágica da besta assustadora. Tentei como elfo. E fui atirado contra as árvores me ferindo no abdômen. Minha última chance era tentar como vampiro, mas acontece, que não me transformo quando quero em Vampiro, ainda não estou familiarizado com o processo da mutação. Acho que deve ser  um processo bem elaborado.

Quando voltei ferido para junto do “guanandi” onde voces estavam... A besta estava devorando seus amigos. Não adiantava mais tentar lutar com a besta para salvá-los, eles estavam mortos, então comecei a procurar por voce. Foi quando meu amigo e eu nos encontramos novamente e eu contei a ele tudo que tinha acontecido, sem omitir minhas tentativas de mutação. Mesmo ficando muito impressionado com o que contei sobre meus poderes de mutação, ele disse que tinha uma ideia: Ele iria me ajudar a concentrar meus poderes todos juntos em um só. Porém ele não sabia o que poderia causar ao meu corpo. Essa seria a única solução se eu quisesse travar uma batalha com a besta. Ele disse que com toda a certeza a feiticeira via tudo pelos olhos da besta e sabendo dos meus poderes mandaria a fera ao meu encalço. 

Uma coisa que eu não iria admitir, era aquela besta perigosa no meu acampamento! Então, aceitei a oferta do meu amigo em fazer a junção dos poderes de elfo, vampiro e tigre. Ele fez a junção... Quando eu senti toda gama de poder que circulava dentro de mim, meu corpo não suportou, porque sou humano. Minha matéria queimava, minha cabeça doía como se fosse eclodir. Como sempre: nas horas de desespero busco minha mãe dentro de mim, minha mentora meu escudo e a ouvi dizer na minha mente destorcida pela dor.

- Meu filho! Reaja! Voce é um tigre! O ser humano é a sua mutação!

Aquelas palavras diretas em minha mente bastou e eu reagi! Concentrei todas as minhas energias na minha forma de tigre. O corpo do tigre poderia suportar tanto poder, porque ele tinha uma forma de poder intenso. Mas para meu espanto durante a mutação em tigre eu me transformei na criatura que voce viu. Eu tinha todas as minhas faculdades mentais, mas não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Meu amigo me disse:

- Me ouça com atenção: Não mate a besta! Voce deve feri-la até sentir que ela não suporta mais e deixe que ela morra sozinha! Ou em outro caso, eu tento mata-la com magia. Se voce mata-la, ela irá voltar a dimensão a que pertence no momento da morte e levará voce com ela. Me ouviu? Não mate a besta!

Eu assenti com a cabeça e disparei numa velocidade vertiginosa procurando-a pelos arredores de onde a vi pela última vez. Eu sentia meu sangue acelerado a cabeça doer, estava com força e velocidade fora do normal e nenhum medo ou receio.  Mas estava com todas as minhas faculdades mentais. Já estava escuro, eu passei pelo local onde os corpos estavam dilacerados e continuei seguindo o fedor daquela criatura, eu percebi que ela estava seguindo a sua trilha de sangue. Ela queria terminar o serviço com voce, e se eu não a matasse, ela iria ao meu encalço. Foi quando vi de longe que ela já estava sobre voce, pronta para devorá-lo...  Eu usei a velocidade para chegar antes de voce ser abocanhado. Eu a feri de morte e a deixei ir, no exato último momento. A razão falou mais alto ou eu teria ido para os quintos junto com a besta. Voce foi muito ágil e corajoso. Se voce não tivesse dado um jeito no seu ferimento eu chegaria tarde e voce estaria morto a muito tempo. 

- Nossa que aventura Magno! Tanto sua quanto minha, Mas sabe amigo? Eu passei por momentos assustadores e vi a morte de pertinho. Mas nada se compara a ter que dar a noticia de que meus amigos morreram devorados por uma besta e eu continuo vivo. Estou desonrado! 

- Não se preocupe Enrico! Meu amigo e eu já cuidamos de tudo! 

- Oh! Obrigado amigo! E a besta? 

- Meu amigo cremou-a, colocou em um recipiente mágico hermético e enterrou onde só ele sabe. Tendo o cuidado de despistar a “Ruanda” Quando descobrirmos a que dimensão ela pertence iremos leva-la e jogar as cinzas dele em seu devido mundo. Agora descansa que logo mais teremos a cerimônia dos funerais. 

Naquela noite o Acampamento “Baldarachi” estava de luto. Todos vestiam vermelho. A fogueira era a maior já arrumada naquela clareira. Para a purificação dos corpos com incenso, água e óleo consagrados: o Kaku incensou os restos mortais de Galdino Juliano e Silvano proferindo estas palavras: 


– Irmãos Galdino Juliano e Silvano! Neste momento eu incenso os seus antigos corpos carnal e peço a Deus que onde vocês estiverem neste momento, que os seus espíritos recebam este incensamento e sejam purificados de todos os resquícios materiais ainda agregados neles, tornando-os mais leves e mais puros para que vocês possam alçar seus voos espirituais rumo às esferas superiores da vida. Também faço a purificação dos corpos com a água consagrada:
– Irmãos Galdino Juliano e Silvano neste momento eu purifico os seus antigos corpos carnal com a água consagrada e peço a Deus que onde vocês estiverem neste momento que os seus espíritos recebam esta purificação de todos os resquícios materiais ainda agregados nele, tornando-os mais puros para que vocês possam alçar seus vôos espirituais rumo às esferas superiores da vida. 
- Irmãos Galdino Juliano e Silvano: Nesse momento vou ungir as testas, as gargantas e as costas das mãos de voces.  Com os direitos a mim delegados; eu cruzo os seus antigos corpos carnal com óleo consagrado e peço a Deus que onde vocês estiverem neste momento que os seus espíritos fiquem livres de todos os resquícios dos cruzamentos materiais ainda agregados neles, desobrigando-os de responderem àqueles que fizeram esses cruzamentos em vocês quando ainda viviam no plano material e com isso torno-os livres para que vocês possam alçar seus voos espirituais rumo às esferas superiores da vida. Anulo em seus corpos materiais todos os resquícios das firmezas de forças feitas em suas coroas e retiro delas a mão de quem as fez, purificando os seus espíritos e livrando-os de ter que responder aos chamamentos de quem quer que seja e que tenha permanecido no plano material ou de quem quer que seja e que ainda se sinta seu superior e seu responsável nos assuntos relacionados as suas antigas práticas religiosas, e com isso torno-os livres para que vocês possam alçar seus vôos espirituais rumo às esferas superiores da vida. 

Após longo momento silencioso...Chegou o momento da Apresentação dos falecidos: – O próprio Enrico neste momento da cerimônia fúnebre disse algumas palavras sobre eles aos presentes. Depois orou

Senhor nosso Deus e nosso Divino Criador, 

eis-nos reunidos à volta dos corpos carnal 

dos teus filhos Galdino Juliano e Silvano 

que cumpriram suas passagens pela terra com fé, amor, e confiança, 

e não esmoreceram em momento algum 

diante das provações a que se submeteram 

para que pudessem evoluir e aperfeiçoar ainda mais a suas consciências 

acerca da Tua Grandeza, Senhor Nosso Pai! 

Acolha esses espíritos que já retornaram ao mundo maior 

onde está a morada dos que O servem com humildade, 

fé e caridade Senhor Nosso Pai! 

Envolva-os na Tua Luz Divina e Ampare-os no Teu amor eterno, 

Senhor Nosso Pai. Amém! 

Após a oração de Enrico sendo repetida por todos, palavra por palavra, os ciganos dançaram em torno da fogueira, suas danças dolorosas, pois eram amigos muito queridos...  A seguir, houve a despedida dos presentes na cerimônia: – Todos os presentes, começando pelos seus familiares deram a volta no caixão onde estava depositado os restos mortais dos falecidos despedindo-se deles e desejando-lhes uma vida luminosa e virtuosa no mundo espiritual. 

Fez-se o fechamento dos caixões: após serem depositados dentro das covas, os caixões receberam uma fina camada de raspas ralada de carvalho antes que fossem cobertos de terra. Após o túmulo ser coberto de terra e as flores serem depositadas sobre eles o Kaku cercou com casca ralada de carvalho criando um circulo protetor a suas voltas, e acendeu quatro velas brancas, uma acima da cabeça, uma abaixo dos pés, uma do lado direito e outra do lado esquerdo formando uma cruz em cada túmulo, e proferiu estas palavras: 

– Divino criador amado! Pai amado! Aqui eu selo e cruzo a cova onde seu valoroso filho que teve seu corpo enterrado impedindo assim que esta cova venha a ser profanada e impedindo que o espírito desse venha a ser perturbado por quaisquer ações que possam ser intentadas contra ele a partir de agora. Amém! O Kaku fez assim em todos os túmulos.

Ao final da cerimônia Fúnebre todos voltaram ao acampamento para dançar até que o dia amanhecesse. Nos pés dos ciganos se encontravam suas homenagens de dores. Os ciganos dançam até que seus pés sangrem para que um amigo seu sinta-se bem ao entrar no céu. 

Finda-se mais um capítulo da sga de Sunahara queridos ouvintes. Até o próximo. Shubb Dinaah




Ruby Chubb

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