O Vencedor



Depois que Magno chegou a seu acampamento foi abraçado com carinho por todos. Elessar deixou com os seus, depois de explicar tudo que havia acontecido ele partiu para cumprir a promessa que fez ao jovem Kirin de que iria ajuda-lo a reconstruir as florestas de Munrol!


Capitulo 12
***

Os ciganos estavam felizes com a volta de seu Príncipe! Não deixavam Magno em paz, todos queriam saber como ele estava sentindo-se depois da aventura.
“Estavam nos dias dos jogos ciganos"  no acampamento . Eram jogos para os jovens Sites que estavam entrando na adolescência. 
Havia meninos de dez a dezesseis anos. Com esses jogos eles mostravam presteza, coragem e honra...

Aproveitando as comemorações os ciganos fizeram uma grande festa em homenagem a seu Príncipe cigano! Magno era adorado e invejado por muitos. 
Mas naquele dia todos estavam felizes com a volta dele. Mas o Cigano se afastou e foi sentar junto ao seu carvalho preferido, olhando a fogueira de longe e mascando seu talinho de alecrim.

Vez ou outra, ele olhava ao longe para ver se via seu amigo. O seu Mestre que ama a fogueira tanto quanto ele... Entretanto nessa noite ele não apareceu ou preferiu ficar olhando de longe. 
Enquanto Magno olhava a fogueira e as danças comemorativas, lembrou-se de um dia como aquele... E um campeonato bem parecido. Um tempo em que ele se tornou uma decepção para seu pai.

O Cigano estava apenas com oito anos de idade, mas por ser o filho do Rei teve a honra de estar nos jogos. Mas era pequeno e franzino. Não era esperto porque só vivia no acampamento. Nem era forte. A única coisa de bom que tinha era que ele nunca ficava doente. 
Nem mesmo as doenças comuns das crianças ele era acometido. Seu pai chegou a achar que ele tivesse algum feitiço.

Após ser desclassificado teve que ficar ao Lado do seu Rei com a coroa de louros para entregar ao ganhador nas mãos. Seu pai ao seu lado o olhava com olhar zangado. 
Sua mãe tremia sentindo o olhar do marido sobre seu filho. 
Mas ficava em silêncio. Magno ainda lembrava-se da voz forte de seu pai dizendo;

- Por sua causa esse não será um dos melhores jogos da minha geração!

Olhando as chamas que crepitavam alto. Magno pôde voltar no tempo e ver na sua mente, os corredores de vários acampamentos com seus jovens de todas as idades. Os mais velhos com seus corpos bronzeados de ombros largos, os jovens ainda imberbes, e os meninos, em cujas panturrilhas se desenhavam os músculos vigorosos.

Os corredores da prova final estavam reunidos diante do “trono” onde seu pai e ele sentavam-se, tendo em volta os prêmios que seriam oferecidos aos vitoriosos. 
Porém, o prêmio de verdade estava nas mãos do menino cigano. Uma coroa de louros recém-colhida e lustrada pelos dedos do Príncipe cigano.

O pai severo relutava em deixar a coroa com o filho, mas deixou, ele iria apenas segurá-la. 
Os mais jovens correram primeiro e os ciganos marcaram o tempo. 
Eram meninos que estavam na primeira faze do crescimento com longos ossos finos que marcavam sob a pele esticada. 
Logo após correram os mais velhos e fortes. Daqueles Meninos com certeza sairia o vencedor! Observando por suas pernas musculosas.

Mas os olhos do menino cigano foram surpreendidos por uma cabeça loira em meio a dezenas de cabeças com cabeleiras negras desgrenhadas. 
O menino Magno esticou o pescoço para ver melhor! Estava impressionado com aquele cabelo loiro que sobressaia reluzindo ao sol. 
E o mais impressionante, é que existia algo que brilhava mais entre as mechas loiras...
Era uma coroa de diamantes. O jovem era um Príncipe!

Era bem mais alto que os outros garotos, o corpo dele ao contrário dos meninos musculosos, mostrava ainda contornos infantis. O cabelo comprido estava preso atrás por uma tira de couro que era muito visível na pele branca de suas costas nuas. 
Quando ele se virou Magno percebeu que ele era sério e confiante como um adulto. Quando foi dada a largada ele se adiantou aos garotos mais velhos com corpos vigorosos. O menino de cabelos loiros movia-se com muita desenvoltura e ligeireza. Os calcanhares descalços eram rosados...

E ele venceu!

Foi carregado nos ombros dos outros garotos até diante de Magno e o seu pai.
O pai de Magno levantou-se e colocou a coroa na cabeça do vencedor!. Após ser coroado...
Ele fez um cumprimento diferente com a mão no peito e pôs o cabelo atrás da orelha... 

O menino Magno caiu sentado na cadeira “trono” com o sobressalto ao ver a orelha do menino.
O pai do vencedor foi até ele e o ergueu nos ombros, ele também tinha orelhas pontudas e era muito esguio para um cigano. Magno se manteve em silêncio. Seu pai não era um homem de responder as perguntas do filho.

Quando as festividades de comemoração tiveram início. Magno pôde sair de junto e do pai. 
Ele correu até sua mãe e perguntou sobre as orelhas dos convidados falando sem parar sobre sua descoberta. Larissa parou de servir aos convidados e levou Magno até o menino e seu pai e apresentou ao seu filho com muito orgulho.

- Magno este é o Rei Elfo de um mundo distante de nome Laht! Senhor Aredani e seu filho Ardiel!

- Um Elfo! Mas os elfos são pequenas criaturas malvadas. -  Falou Magno

- Que isso Magno! Desculpe-nos Senhor!

- Não tem que pedir desculpas Senhora! Não nos importamos com coisas fúteis.

Retrucou garboso o Elfo! Magno olhou bem para o "menino elfo" seu ídolo naquele momento todo vestido com pompas e disse!


- Senhor Elfo seu filho é muito bom! Venceu todos aqueles meninos fortes com grande vantagem.

O Elfo sorriu e disse a Magno que ele também era bom! E que um dia mostraria a todos.
Em seguida afagou a cabeça do Magno com carinho. Foi a primeira vez que o Cigano viu um elfo. Ele estava feliz e foi para junto de seu pai, queria contar a novidade. Mas o seu pai que observava cheio de inveja dos elfos falou para seu filho.

- É assim que um filho deve ser! E não lento demais para competir até mesmo no grupo dos mais jovens.

Magno não disse nada... Sentou-se ao lado dele como deve ser em uma festa cigana onde o Rei tem um sucessor. O Menino Magno olhava as mãos vazias, sem a coroa que dava a ele o único momento de imponência e ficou olhando o Rei elfo beijar seu filho. 
Os dois estavam sorrindo, em seus rostos tinha o brilho da vitória ofuscado pelo brilho do orgulho e do amor entre pai e filho.

- Voce está fingindo que não está me ouvindo Cigano?

Magno ouviu longe a voz de Mah tirando-o daquele momento que ele não conseguia esquecer. Mesmo que ame o seu pai! Mesmo que Dedylson tente de todas as maneiras compensar sua carranquice.

- Olá bela Cigana! Estás encantadora.

- Estava em outro mundo ainda Cigano!

Falou Mah balançando as pulseiras.

- Estava distraído Ciganinha pensando em tempos idos. Com licença que vou ver se está tudo bem.

- Para ai Cigano! Sei que não vai ver nada! Voce está fugindo de mim como sempre . Eu sempre soube que voce fugia como demônios da cruz, mas fazia vista grossa.

- Que isso Mah... Eu...

- Sem essa Magno. Vim tratar de uma coisa muito importante.

- Hoje?

Sim! Sei que voce não pensa em cumprir esse compromisso comigo, então pedi ao meu pai que viesse aqui hoje para descumprimento do nosso laço.

- Como assim Mah Oliver! Um descumprimento diante de todos? Voce ficará muito mal...

- Acalme-se Cigano doido! Meu pai irá fazer o pedido não se preocupe! Não ficarei constrangida, faremos isso porque. A companhia onde ele trabalha montou uma filial em Nova Delhi e precisa dele naquele setor. Fiquei feliz que meu pai foi chamado para trabalhar na índia e eu disse a ele que quero ir junto, estou doida para conhecer onde nasceu nossa gente. E não quero ir com esse compromisso, não fica bem.

- Voce tem certeza Mah!

- Tenho sim Magno! Voce sempre será meu grande amigo. Estou muito feliz porque te acharam.

 Magno ficou em silêncio... Depois suspendeu o rosto da ciganinha com carinho segurando pelo queixo e olhou firme em seus olhos. 
Ele viu que ela estava decidida. Colocou o cabelo dela atrás da orelha beijou sua testa e deu um grande abraço na Cigana. Mah se afastou sorrindo e foi dançar.

Magno ficou pensativo...  Ele também já havia pensado em desmanchar esse compromisso... Mas relutava porque sentia-se um canalha....  Não era uma coisa de cavaleiro fazer isso com Mah só não fez para que ela não passasse vergonha por ser rejeitada. 
Por respeito as tradições ele “empurrava com a barriga”... Não por ser um mulherengo, um conquistador, mas porque, não gostava dos sentimentos de amor.

Ele era um homem que estava sempre sobre pressão de algum ser maligno e o amor, faz com que as pessoas façam coisas que sabem não ser o certo. Em nome do amor. 
E Principalmente porque os inimigos iriam mexer exatamente com quem ele ama. 
Magno não suportaria que alguém que ele amasse estivesse em perigo e que algo ruim acontecesse sem que ele pudesse fazer alguma coisa. 
Então esperou pela cerimônia de descumprimento.

 Depois que entregaram os troféus e as comemorações estava no auge. O pai de Mah pediu a palavra. Todos pensaram que fossem anunciar o tão esperado casamento. 
Mas o pai da Ciganinha anunciou o descompromisso. Explicou os motivos! Pediu desculpas e disse que se fosse para ser, nada nem ninguém iria impedir. 
Dedylson quis reivindicar a palavra de honra, mas o Cigano se prontificou em dar a liberdade a ciganinha. As comemorações continuaram! 
Mah fez a dança da despedida durante duas horas com a honra de dançar com seu ex noivo para cortarem as fitas que os unia.

A Festa foi até quase de manhã como sempre. Todos se despediram... Mah deu um forte abraço no Cigano e disse que partiriam às sete da manhã... Que as passagens já estavam compradas.
 Magno ficou olhando Mah entrar no automóvel e ir embora para seu acampamento. 
Despediu-se dos convidados agradeceu, depois que todos se foram ele cumpriu o ritual de sempre. Apagou a fogueira, colocou as cinzas no canteiro, Banhou-se e foi acordar Spencer que precisava se arrumar para ir para sua cidade. 
As aulas já haviam começado, mas o Cigano estava impossibilitado de leva-la antes.

Magno sentia uma certa melancolia com esse acontecimento, mas estava ciente de que Mah estava salva. Que nenhum inimigo poderia usá-la para pegá-lo.

E a vida continuava sem trégua no acampamento “Tigre de fogo”



Logo logo tem mais queridos ouvintes Shubb Raatri



Ruby Chubb

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