Uma Pista


Uma equipe de busca foi organizada para procurar o Cigano.

Elessar Dseyvar e Dedylson. Fizeram todo o trajeto que acharam que o cigano havia feito. (bem o que eles conheciam) e não viram nenhum vestígio do Cigano. Last tentava sentir a presença de Magno sem exito, ficou apreensivo e juntou-se a expedição de busca, mas pediu a Dedylson que esperasse no acampamento caso alguém trouxesse alguma noticia.




Capitulo 8
***

Elessar e Last investigaram minuciosamente por todos os locais em que Magno passou aquele dia. Dseyvar vasculhou tentando encontrar algum rastro. Alguma pista que desvendasse o mistério do desaparecimento do Cigano e foi totalmente em vão! A única coisa que encontraram foi o prendedor de cabelos do Cigano junto às paredes do grande cânion. (Um trançado de fitas finas dando a impressão de um barbante colorido). 

Last chegou a conclusão de que ele só poderia ter atravessado um portal dimensional para desaparecer desse jeito. E como o Vampiro conhece bem seu pupilo, o prendedor só poderia ser uma pista deixada por ele. Acontece que eles não encontravam motivos para que Magno atravessasse um portal sem avisar a ninguém, o Cigano era um homem responsável... Tudo ficava cada vez mais misterioso. Elessar usou seu IK para tentar sentir algum portal naquelas imediações, tendo em mente que se Magno tivesse atravessado um portal seria nos arredores em que ele deixou o prendedor. Entretanto Dseyvar discordou dizendo:

- Não tem lógica meus queridos! Para que o Cigano deixaria uma pista Elessar? 
Mesmo que tivesse encontrado um portal o Cigano não o atravessaria em roupas íntimas, nem sem sua espada. Se ele atravessou mesmo um portal ele foi levado à contra gosto. Já vasculhamos todos os cantos nas imediações desse prendedor e nem vestígio de estranhos.

= Voce está certo Dseyvar! Porém, eu sinto presença de magia nesse ponto aqui.

Disse Elessar apontando exatamente o local da parede do grande Cânion onde o Cigano havia encontrado a nascente de águas claras. Mas eles não viram nenhuma fonte ali. 
O Elfo sentiu sinais de magia que não eram as de um portal. Voltaram o caminho que fizeram dessa vez olhando com mais atenção. Os três se separaram para vasculhar uma parte maior do caminho que levava ao Cânion. Last sentia que algo estava muito errado nesse desaparecimento e nas buscas. 

Talvez tivessem deixado passar algo no caminho, por estarem querendo chegar logo ao local que sabiam ser preferencial do Cigano. 
Voltaram explorando minuciosamente o caminho dessa vez. Elessar chegou primeiro ao trecho da trilha dos hibiscos e percebeu que havia forte sinal de magia... 
Enquanto tentava descobrir o grau de magia usada, Last viu entre os Hibiscos menores, vestígios de um vértice... E chamou Elessar telepaticamente. 
Os dois descobriram que se tratava de um campo mágico e que aquele sim, poderia ter sido de um portão para outra dimensão... Elessar chamou-o para abrir novamente o portal e ver o que havia acontecido. Last girou seu anel de Obsidiana para conseguir circular durante o dia, quando Dseyvar alertou-o para o que encontrou.

Um pouco mais à frente ele havia encontrado uma coruja agonizando... Pareceu que alguém deu uma pancada na pobrezinha... Ao lado dela havia pegadas descalço de uma criança e pegadas de um adulto usando botas pesadas. Parecia uma luta, porque as pegadas da criança tinham riscos como se tivesse sido arrastada. Os três voltaram para o acampamento para interrogar os ciganos sobre o que encontraram.

Depois de interrogar a todos, ficaram decepcionados... Nenhum cigano criança ou adulto, havia ido à cachoeira ou ao Cânion no dia do desaparecimento de Magno sem ser ele próprio. 
Os vestígios eram do mesmo dia em que o Cigano sumiu, porque estavam quase invisíveis, mesmo para os olhos de um Elfo rastreador como Dseyvar...
Os três não duvidaram dos ciganos. Eles não tinham motivos para enganá-los! Tudo estava na mais perfeita ordem no acampamento.

Os três se armaram e voltaram até a trilha dos hibiscos decididos a abrir o portal, isso se fosse realmente um portal e encontrar seu amigo. Eles estavam com medo. Não sentiam a presença de Magno... Nem mesmo Elessar que pode conversar com alguém a quilômetros de distância apenas usando a mente. 
Elessar sabe que a vida é regida pelo bem e pelo mal. Que um não vive sem o outro, mas o bem não usa máscara do mal apenas o mal usa máscara do bem! Aquele canteiro lindo de Hibiscos poderia estar escondendo o portal de um demônio... Ou... De vários... Por que o Cigano?

O medo do que iriam encontrar era uma luta que estava sendo travada na cabeça e no coração dos amigos do Cigano... Eles sabiam que qualquer um de nós está sujeito a ter um lado secreto. E que somos capazes de fazer coisas lindas, mas também coisas muito feias. Mesmo sabendo que no final todos seremos julgados por nossas escolhas.

Elessar usou seu poder e com alguns gestos e algumas palavras depois de vários minutos que pareciam uma eternidade, ele conseguiu encontrar o ponto exato do portal que fora fechado à pouco tempo. 
O Elfo trouxe os braços para trás com as mãos abertas na altura do tórax em seguida jogou-as para frente espalmando dizendo palavras mágicas e um portal dourado ofuscante como ouro se abriu diante deles... Tinha um facho de luz que ficava bem no meio do círculo, com uma dimensão que dava passagem, era da altura de um Elfo.
Elessar deu a volta em torno do portal tentando observar tudo e no final disse:

=Vamos!

Os amigos olharam para o Elfo que parecia tenso! Mas antes de conseguirem perguntar o motivo da tensão Elessar desapareceu na luz dourada... E voltou logo a seguir... Last perguntou

- Há algo errado?

= prefiro que vocês fiquem aqui! Existe uma linha que altera o portal e eu não sei se o manipula para outros mundos.

Ao terminar de falar ele entrou novamente no portal que começou a diminuir de tamanho.

- Não é do meu feitio, deixar os amigos na mão!

Disse Last entrando a seguir. Quando Dseyvar começou a entrar o portal fechou quase arrancando o pé do Elfo... O portal dava para um abismo... Eles caíram dentro de um círculo feito de folhas miúdas. Quem olhasse diria que eram dois malucos porque o Elfo e o Vampiro estavam agachados com as mãos no chão, como se medissem a pulsação de algo invisível... Ou talvez medissem a pulsação do mundo do outro lado do portal...

Elessar levantou-se e estendeu a mão para Last... O Vampiro sentiu-se desconfortável em dar a mão a um macho... Mas se encolheu e deu a mão ao Elfo... Elessar Atravessou o abismo indo para o outro lado sobre um circulo negro com linhas sinuosas e douradas. Em silêncio e ainda de mãos dadas caminharam para fora do círculo rampa abaixo... De repente ambos pararam como se tivessem ficado presos ao chão... Adiante tinha um “devanthar” abatido por uma criatura de luz que pisava em seu pescoço olhando-o com ar triunfante. 
E os devanthares são criaturas muito poderosas que governam os mundos e são arrogantes com as criaturas inferiores... Então... Aquele ser de luz era mais poderoso que os devanthares... 
 De repente foram percebidos pelo ser que brandiu sua espada de luz. O brilho azulado da espada garantiu ao ser um par de asas de luz que estavam prontas a lança-lo no ar e voou levando com ele o devanthar...


Conclusão

Enquanto isso:
Em outro local na beira de um abismo, Um menino buscava desesperadamente algo para escalar a beira do precipício levantando uma das pernas para alcançar apoio, sem resultado. Ele estava muito debilitado e não aguentava seu próprio peso.

O menino estava todo arranhado e sangrando, conseguiu apenas segurar-se com os braços, e colocar o um dos pés em uma saliência, mas estava muito fraco além das escoriações. O corpo dele balançava no espaço. Sem mais o que fazer, e sem conseguir suspender-se, o menino começou a gritar por socorro... Sem ter ajuda!

O único ruído que ele ouvia eram os ecos dos seus próprios gritos ecoando sobre o cânion e os pássaros que rodeavam sobre sua cabeça gorjeando. Os músculos dele tremiam. Seu único pensamento era salvar-se e procurar o Centauro que deveria estar machucado com o tombo na velocidade que eles vinham.

A criança esperando ser salva Gritou o quanto pôde até perder toda suas forças. Não sentia mais os braços. O menino estava pendurado à vários minutos e não ouvia nada... Não viu chegar nenhuma sombra sobre o precipício. Alguém que estivesse ali para salvá-lo

Triste ele contemplou as suas possibilidades e a única era a da sua morte eminente.
Olhou novamente para baixo. A ponta do pé estava salvando sua vida enquanto ele pisava na pequena saliência... Seus dedos do pé doíam devido o peso do corpo. Uma pequena pedra desprendeu-se e rolou caindo no abismo. Ele olhava a pedra girando no vazio até que chegou ao seu destino: uma rocha no fundo do cânion!

Ao ver a pedra partir-se de encontro a rocha pontiaguda. O menino se arrepiou. Em sua mente duas opções: uma era lutar contra o destino a outra entregar-se à morte de uma vez por todas... Suas mãos estavam ferindo-se ao aguentar seu peso, mesmo ele sendo franzino. Sem contar que, ele sabia que seria impossível ser encontrado.

Decidiu lutar.

Buscou suas forças segurando firme nas raízes da beira do abismo e resolveu tentar mais uma vez, um movimento com a perna jogando-a para cima até encontrar apoio... Foi quando ouviu um estalo. Era um estalo característico, que ele sabia o que significava.

A pequena saliência em que ele estava apoiado estava começando a se soltar do terreno arenoso...
E quando ela se soltasse ele cairia de uma só vez, e o destino eram aquelas rochas no fundo desfiladeiro. 
O menino decidiu não se mover para não perder o apoio. 
Gritou por mais alguns minutos e gradativamente foi sentindo todas as suas forças o abandonar... 

Agora não teria mesmo mais o que fazer... Sentiu tontura. Uma mistura de sono, fraqueza e cansaço. Então ele fechou os olhos e preparou-se para largar a rocha... Largou... Foi quando uma mão forte agarrou seu braço. O menino olhou para cima surpreso. Era Last quem o segurava firme olhando-o com alegria e desaprovação quando disse: 

- Chega de descanso, seu maluco! O que voce estava pensando fazer? Como ousou desistir?

Içando o menino para cima da rocha. A criança olhava perplexo para aquele desconhecido de pele translúcida e olhar indecifrável sem saber o que pensar, mas como é um menino guerreiro ele disse ao seu salvador com nariz em pé:

- Ah, bem na hora que eu estava quase caindo em um sono eterno você aparece! E com certeza me livrou da morte para me maltratar mais um pouco e...

Ele parou de falar ao ver levitando de braços cruzados nada menos que o Elfo Elessar.

- Eu morri ou isso é um pesadelo? Eu fiquei debaixo do sol acorrentado com as pernas e os braços abertos sem poder sentar para descansar, sem comer, fazendo minhas necessidades fisiológicas na roupa e quando tudo vai acabar voces me pegam para me fazer sofrer mais.
Eu sou só um garoto e...

- CALA ESSA BOCA GAROTO!

O menino se encolheu com a severidade na voz do vampiro. Elessar olhou para Last e fez um sinal com a cabeça, Last entendeu! Os dois sorriram e sentaram-se na beira do penhasco.
O menino ficou em silêncio olhando o vazio e balbuciou:.

- Quase que eu morri.

- Sua sorte foi que o Centauro que te derrubou ao cair não desistiu de voce, ele estava te procurando mesmo com a perna quebrada... Nós o encontramos ao sair do portal, ele nos contou o que havia acontecido. O Elfo curou a perna dele e viemos te procurar.

- Ele é um Elfo! Virgem mãe!  Como voces me encontraram? Aqui é um ponto bem deserto.

= Eu vi a marca de sangue na árvore e segui os rastros até aqui e o Vampiro soube que estavas em apuros pelo seu cheiro

Disse Elessar e concluiu. – Agora vamos embora.

- Você está louco. Olha só pra mim. Estou um lixo, mas que droga é essa de ele ter sentido meu cheiro! E PARA DE QUERER ME ASSUSTAR! Eu sei que vampiros não andam durante o dia. Esse ai no máximo é um gótico maluco. - O QUE VOCES QUEREM DE MIM?

- Para de reclamar, seu chato. Ou te faço voltar andando até ao portal! E olha que é um longo caminho.

Last falou sério e o menino concordou com a cabeça.
Os três começaram a subir o terreno íngreme, cheio de pedras e limo em direção à trilha, lá em cima. Subiram em silêncio, agarrando-se em galhos, raízes e árvores. Quando finalmente alcançaram a trilha, o menino virou-se para Last e disse;

- Vampiro?

- Fala matraca.

- Obrigado. – Disse ele abraçando Last.

- Sai pra lá, rapaz. Deixa de frescuragem. Sobe aqui nos meus ombros e vamos embora.

O menino subiu e iniciaram uma marcha lenta pela floresta de volta ao portal.

No caminho enquanto Last e Elessar seguiam com cuidado o menino lembrava-se vagamente de seu salvador. Lembrou que Last era um cara estranho. Em alguns dias ele era superinteressante e atencioso. Mas do nada o tempo virava e o tal Vampiro tornava-se cruel. Sua história nunca foi claramente explicada. Estranhamente ele lembrou que sentia uma certa tristeza por ter sido rejeitado por seu pai. E que crescer sabendo daquela rejeição nunca fez bem pra ele. Lembrou também com muito espanto que... Gradualmente se desenvolveu e passou a se engajar nos trabalhos mais árduos dentro do grupo. Ferrava cavalos, cortava lenha, carregava pedras. Ele era um homem grande e forte. Massa bruta. Mas como assim? Ele era apenas um garoto

Ele lembrou que em sua infância ele era meio selvagem. Que passava pouco tempo com seu povo, pois diversas vezes dormia sozinho na floresta. Era um caçador. E sempre trazia a comida que ele mesmo caçava, assim como: Porcos do mato, javalis, cobras, veados, tudo que pudesse servir de alimento ele era capaz de matar. 
Um rastreador nato perseguia sem piedade os animais durante dias até vencê-los pelo cansaço e pelos golpes da sua faca. Dessas caçadas sobraram grandes e profundas feridas. Cortes e cicatrizes que ele não tinha...

- Como estou sendo carregado por um Vampiro que caminha à luz do sol e um Elfo genuíno, eu devo estar sonhando ou morri! Não tem outra explicação! Como posso me lembrar da minha vida de adulto se ainda não cheguei lá?

O menino olhava encantado para o elfo que caminhava na frente deles dando a impressão de caminhar quase deslizando. Seus cabelos esvoaçantes com aroma de brisa leve... De repente ele lembrou que era um... Exímio lutador! Tinha certeza de já ter tirado a vida de muitas criaturas em combate. Aquelas lembranças de uma vida que ele ainda não tinha vivido, foram demais para a criança que estava fraca pelas horas que passou sem comer e ele desmaiou sendo amparado por Last que continuou o caminho carregando-o nos braços...

= Para Last! Use a invisibilidade.

Pediu Elessar ficando invisível também. Em segundos viram um velho decrépito que cavalgava com atenção olhando rastros no chão, montado em seu pangaré que tilintava os guizos que ornamentavam a sela... Alguma coisa naquele velho fez a sensível percepção do elfo vibrar. O velho começou a falar como se soubesse que eles estavam ali:

- Dentro do meu tempo, vou arando o solo da vida e cultivando minhas sementes. Algumas germinam lentamente, outras crescem da noite para o dia. Não descuido delas, rego, adubo e elimino todas as ervas daninhas. Sei que todas produzirão frutos, cada uma na sua própria estação. E nenhuma delas me desobedecerão! Ou... EU AS ARRANCO DA TERRA COM MINHAS PRÓPRIAS MÃOS! Esteja onde estiver eu vou te encontrar e trazer seu pai até mim pequeno pulguento!

O velho passou por eles seguindo os rastros deixado pelo Centauro sem ferraduras...

Até o próximo Capitulo meus queridos  Shubb Raatri!






Ruby Chubb









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