A Traição de Elendil

Capitulo 36 

O Belo Cigano saiu do Palácio do Rei elfo ainda com dia claro e se encaminhou para seu recanto sagrado, ele precisava banhar-se nas quedas da cachoeira que era seu refúgio. Nada para ele era mais gratificante do que o som ensurdecedor daquelas quedas de águas geladas e límpidas. Magno mergulhou do penhasco dentro da piscina natural formada pelas quedas, nadou até ter seu corpo prensado pela água da queda. Ele gostava daquela sensação de sufocamento que a força da água causava. O Ciugano sentia-se vivo e pulsante. Depois de várias horas na água e caminhando pelos Cânions, a noite desceu calma e amena e o Cigano se preparava para voltar quando sentiu uma presença forte... Ele chamou tentando enxergar no escuro: 

- Last! É voce? 

Após um longo silêncio ele viu a criatura se aproximando, ela deixou sua forma alada e disse: 

*= Não Cigano! Sou eu Kaya! Como estas? Pensei que estarias morto a essa hora. 

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- Oi Kaya! Pensou errado! Não é fácil alguém matar Magno Matias. 

Disse o Cigano enquanto vestia as calças e perguntou a seguir: 

- O que faz por aqui Vampira? 

*= Estava sobrevoando para ver se tinha a sorte de ver Elendil. Mas não o vi. Mas resolvi investigar quem estava aqui. Me conta: como se safou da morte. 

- É uma longa história outra hora te conto. Voce está alimentada? 

*= Sim! Mas se não tivesse, não precisaria sentir medo, sou Elemental por merecimento e não mato para me alimentar. Faço como os elfos. 

- Que bom! Me satisfaça uma curiosidade: 

Falou o Cigano enquanto calçava seus sapatos, Kaya olhou o belo corpo do Cigano ainda molhado, sem camisa e com as calças abertas e sorriu ao responder: 

*= Sim Cigano pode fazer a pergunta. 

- Porque voce e Elessar se gostam e vivem longe um do outro? 

*= Ele não te contou isso? 

- Nunca perguntei a ele. - Falou Magno vestindo a camisa. enquanto segurava o prendedor dos cabelos com os dentes

*= Primeiramente porque sou humana além de Bruxa e vampiro, e Elendil é um Rei e sendo tal tem obrigações de manter as tradições para que seu povo não pereça. Segundo porque por causa desse nosso amor Ireth morreu e ele não se perdoa. 

- A esposa dele morreu por causa de voces dois? Como assim? Ela não era elfa? 

*= Bem, por nossa causa indiretamente! 

Narrativa de Kaya 

E, sim era uma elfa de um outro povo, e tinha tradições muito parecidas com a nossa, os humanos. Os elfos do povo de Ireth eram fieis ao seu parceiro. Elessar e Ireth se conheceram quando ele estava de passagem pelas terras dela, foi um encontro casual na beira do rio e desse encontro eles se apaixonaram e Elendil encantado prometeu fidelidade. Disse que daquele momento em diante ela seria a única na vida dele. Casaram-se e eles eram felizes. Mas o povo de Elendil não entende muito bem essa fidelidade exigida, principalmente porque ele é um reprodutor de linhagem pura. Ireth tinha notado que algo entre nós dois poderia estragar seu casamento era visível a imantação que tínhamos ao nos aproximarmos, era algo que desconhecíamos, e sendo vampira eu possuía a sexualidade a flor da pele. O que o fazia me desejar muito mais. Porém ele se mantinha distante de mim pela promessa feita a Ireth e também por ser proibida a nossa união. Acontece que certo dia ele saiu em batalha e quando voltou veio com uma elfa alada do povo que ele defendeu e salvou. Ireth estava esperando-o na beira do rio quando os viu chegarem juntos e muito amorosos, Ireth pensou que era apenas por seu marido ser tão galante e se preparou para saldá-los e tocar uma canção de boas vindas na sua flauta... Mas ficou paralisada quando ele despiu-se na frente da elfa para banhar-se no rio e a chamou para acompanha-lo no banho. Ireth viu os dois abraçando-se cheios de desejo. Em passos cambaleantes Ireth começou a se afastar sem que os dois a visse. Ireth era um capitão do exército elfico do seu povo, já tinha sido ferida em diversas batalhas, mas nenhuma ferida havia doído tanto! Pela primeira vez Ireth esqueceu seu arco e sua flauta ali no chão onde estava sentada esperando seu amor. 

Ireth andou por horas pela floresta até embrenhar-se na mata sem destino. Seu coração estava sangrando... Decidida , ela caminhou até Gladiah! Nas montanhas! Andou até a beirada do abismo e sem olhar para trás deixou o corpo cair... E durante esses longos segundos da queda, viu sua vida como num filme. Os momentos em que foi mais feliz. Mas como não poderia deixar de ser, também o momento mais infeliz de sua existência no instante do baque de seu corpo sobre as pedras. Como um elfo não morre Ireth abdicou de seu corpo imortal... O espírito dela já começava a elevar-se quando cheguei num voo rasante, mas não tive tempo de salvá-la. Antes que o espírito dela terminasse de abandonar o corpo eu perguntei a Ireth o que tinha acontecido? E ainda entre morte e vida e uma dor atroz ela me disse: 
-Deixe-me bruxa quero morrer como esta coisa sem utilidade que eu sou... 

Havia tanta emoção na voz dela! Mas também havia uma coisa maior, um desencanto muito profundo, uma dor tão sem remédio que eu até perdi o jeito e perguntei quase sem voz. 

*= Ireth! O que houve com você? Diga-me! Posso ajudar? 

Com muita dificuldade, pois seu corpo estava todo quebrado pela queda ela conseguiu me dizer: 

- Vá até Nefah... Mas não faça nada... Deixe-o... Feliz. Me... Prometa! 

 Eu prometi... Mas... Naquele momento eu senti uma forte sensação de perda, virei a cabeça totalmente para trás e emiti um chiado estridente de aviso a presa e parti na direção indicada por ela, deixando Ireth entre as folhas aos cuidados dos silfos. Ao sobrevoar Nefah... Avistei Elendil se desmanchando de amores com uma elfinha alada, os dois estavam nus a banhar-se no rio. Eu mergulhei sobre os dois e segurei a elfa pelo pescoço! Eu não queria beber dela queria mata-la com essas mãos... 

Kaya falou isso olhando suas mãos como se o momento tivesse voltado a seus olhos... Magno parou de vestir-se, sentou na grama e deu umas pancadinhas do lado dizendo: 

- Senta aqui Kaya! E continue me contando. 

*= Ta bom: - Disse ela enquanto sentava e continuou: 

= Para com isso bruxa! 

*=Elendil gritava, mas eu não soltava a elfinha. E disse a ele que não iria soltar que a mataria asfixiada como ela merecia. Ele tentou me dissuadir 

= Acalme-se Bruxa! Não faça nada a ela ou estará fazendo a mim! 

Elendil disse isso para que eu soltasse a elfa que já estava roxa nas minhas garras. Eu disse que ele não podia mandar em mim que eu era mais forte que ele; e Ternamente ele falou: 

= Sim voce é mais forte do que eu! Mas não é suficiente para suportar sua triste sina! Sua cruel maldição que te priva da luz do dia. Voce pode apenas vagar esgueirando-se pelas sombras sem ter companhias. Apenas eu te faço companhia e voce vai me magoar muito e perderá a mim também. 

Olhei para aquele Elfo que me dominava... Ele continuava nu rogando pela vida da elfinha e em um ultimo e desesperado movimento me estendeu a mão. Eu fiquei entre aceitar a mão dele e matar aquela criatura que eu odiava. Não fiz nenhuma das duas coisas... Soltei a elfa e voei para longe dele. Imediatamente ele correu para ela sem olhar se quer para onde eu havia ido. Depois falou comigo por telepatia: 

“= Tenta me entender bruxa! Com Ireth eu vivo me controlando, negando minha natureza... Embora eu faça com prazer. Eu amo Ireth. Mas com Elisha as coisas são diferentes, ela é tola e lesta ao mesmo tempo, é centrada e infantil. Elisha me faz lembrar voce que é detestável e amável... Com voce eu não preciso segurar o ar nem me controlar... Eu faço o que tenho vontade... Com Elisha também”... 

*= Esse é o nome dela ELISHA? Acha justo Elendil destruir um amor por uma loucura?

Rerespondi telepaticamente 

= Não vou destruir Bruxa! Minha Ireth não sabe disso! 

Naquele momento eu lembrei que Ireth me pediu que não fizesse nada, que o deixasse feliz... E lembrei também que Elendil não mais a veria Ireth havia morrido pouco antes de eu chegar até ele. Começava a amanhecer eu cortei a telepatia com Elendil. Com certeza ele se espantou, pois sempre teve ciência da sua sedução sobre mim... Fui até o local que Ireth se jogou e esperei pelo sol. Eu era um vampiro recém- transformado e ainda estava me habituando a tudo nessa nova vida. Com um cântico triste Wicca esperei até que chegou o Sol com sua maldita luz ferindo meu corpo e me enlouquecendo de dor enquanto dilacerava minha carne. O sol sem clemência destruía a carne de um vampiro ávido de delícias e de sangue em flor... Eu fiquei ali... A mercê daquela luz infernal que me cegava, queimava, dilacerava meu corpo. A dor era imensa, mas não tão grande quanto saber que Elendil tinha um amor que não era Ireth e... Não era eu... O sol resplandeceu por completo me deixando a pele transparente e assando até a epiderme, ressecando todo sangue que havia em meu corpo, evaporando qualquer tipo de líquido até que ressequida me desfiz e despenquei no abismo bem junto ao corpo da elfa Ireth, que tinha o espirito rondando pela floresta e o meu estava preso nos restos mortais. 

Enquanto isso Elendil estava desesperado, porque quando deixou a elfinha na fronteira e estava voltando para casa, encontrou o arco e a flauta de Ireth... Então por dedução entendeu tudo que havia acontecido, que Ireth o viu com a tal Elisha me contou e eu tinha ido mata-la. Ele correu até sua casa e viu as coisas do casamento sobre a cama, arrumadas com muito esmero. ( o laço de florzinhas sempre vivas que serviu como aliança matrimonial, o anel de casamento e a coroa, ao lado de suas vestes nupciais. Elendil precisava se explicar... Procurou-a pela floresta durante aquela noite e todo o dia, ninguém tinha visto sua esposa. Ireth havia escolhido um locar de difícil acesso para não ser encontrada. Elendil queria saber por que sua elfa o deixou, foi para beira do rio me chamar talvez eu pudesse explicar, mas e eu nunca apareci. Foi até minha aldeia e minha mãe o recebeu com cerimônia, ele pensou em procurar Amom, mas com que pretexto? 

 A elfinha alada fazia de tudo para tirá-lo do torpor, mas nem o acasalamento com ela era mais tão prazeroso. Elisha estava tão feliz por ter seu elfo sempre ao seu lado que nem percebia a infelicidade dele. Elendil não usava mais a magia, não saia mais em batalhas, a maior parte do tempo ele ficava sobre efeito do Hidromel, um fermentado, que os elfo fazem numa cuba de bronze, um vinho diluído do mais puro mel em água e levedura (fermento). A elfa alada estava tão feliz que nem percebia por que seu elfo bebia tanto. Coisa que antes ele só fazia em acontecimentos importantes. Elendil nem percebia que a “floresta Negra” estava morrendo, Sion fazia de tudo para trazê-lo de volta para que talvez ele voltasse a “viver” e tivesse ânimo para sair daquele marasmo em que se encontrava. Durante um longo tempo Elendil ficou entregue ao seu sofrimento.
Mesmo depois que se recuperou ele não conseguiu pensar em estar comigo. Eu sou a lembrança da morte de sua Ireth.

Kaya a baixou a cabeça por um bom tempo depois se levantou e disse que precisava ir. Magno a chamou e dizendo.

- Ah não senhorita Kaya! Me conta como acabou essa história! Se voce morreu como pode estar aqui me contando isso?

*= Bem Senhor Cigano! Assim como voce vai fazer, me contando uma outra hora. Eu também farei! Essa também é uma longa história! Em outro dia eu termino de contar. 

Ela acabou de falar e voou para longe Magno gritou:

- Ah! Que isso Kaya volta aqui!

Kaya não voltou Senhores ouvintes. Então precisaremos esperar esse outro dia. Shubb Raatri




Ruby Chubb

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